sexta-feira, 12 de abril de 2019

Escritor do mês | abril

Isabel Rio Novo
(1972/)


Isabel Rio Novo nasceu no Porto. É licenciada em Línguas e Literaturas Modernas – Estudos Portugueses e Franceses pela Faculdade de Letras da Universidade do Porto (1993), Mestre em História da Cultura Portuguesa – Época Moderna (1996) e Doutorada em Literatura Comparada (2004) pela mesma universidade. Ao longo do seu percurso académico, recebeu bolsas da Fundação para a Ciência e Tecnologia, do Instituto Camões, da Fundação Engenheiro António de Almeida e da Fundação Calouste Gulbenkian. Leciona história da arte, estudos literários, escrita criativa e outras disciplinas nas áreas da literatura, da história e dos estudos interartes, e é autora de várias publicações nessas áreas, com destaque para o dicionário ilustrado Literatura Portuguesa no Mundo (2005), em parceria com Célia Vieira. Tem dedicado a sua atividade científica à teorização literária, à literatura comparada, particularmente às relações entre a literatura e o cinema, e à comunicação literária no século XXI.  Enquanto ficcionista, está representada em antologias de contos. É autora da narrativa fantástica O Diabo Tranquilo (2004), da novela A Caridade (2005, Prémio Literário Manuel Teixeira Gomes), do livro de contos Histórias com Santos (2014) e dos romances Rio do Esquecimento (2016, finalista do Prémio LeYa e semifinalista do Prémio Oceanos), Madalena (inédito, Prémio Literário João Gaspar Simões) e A Febre das Almas Sensíveis (2018, finalista do Prémio LeYa). É também da sua autoria a biografia, recentemente editada, de Agustina Bessa-Luís, “O Poço e a Estrada” Beneficiou recentemente de uma Bolsa de Criação Literária atribuída pela Direção-Geral do Livro, dos Arquivos e das Bibliotecas (DGLAB), de que resultou a escrita do seu quarto romance.


«A tuberculose não era, afinal, a febre das almas sensíveis. Era a doença das multidões operárias das cidades, trabalhando mais do que o permitido por lei, amontoadas em mansardas sem esgotos, exaustas e mal alimentadas. Era a doença dos sobreviventes das guerras, estropiados, desnutridos, desprovidos de tratamento, deambulando pelas ruas com quadros graves de primoinfeção. Era a doença das sociedades miseráveis. E Portugal era uma sociedade miserável.»

A Febre das Almas Sensíveis (p. 92)


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