sexta-feira, 20 de junho de 2014

VISITA CULTURAL


Numa iniciativa da Biblioteca e sob o lema Conhecer melhor o Porto, realizou-se mais uma visita cultural, tendo como destino o Jardim Botânico e a Casa Museu Marta Ortigão Sampaio.

Numa manhã que se anunciava chuvosa mas que não quis desiludir os participantes nesta visita, o sol iluminou o Jardim Botânico do Porto.

Este jardim oferece aos visitantes um conjunto de espécies raras, nomeadamente espécies exóticas. É ainda representativo das quintas de recreio do Porto oitocentista e é também um espaço literário. Ele é um lugar de referência na vida e na obra dos escritores Sophia de Mello Breyner Andresen e Ruben A.


Após uma pausa para almoço e um retemperador passeio à beira mar, na Foz do Porto, seguiu-se a visita a um dos espaços que integram o património museológico da Câmara Municipal do Porto.

A Casa Museu Marta Ortigão Sampaio apresenta as coleções herdadas e reunidas por Marta Ortigão Sampaio ao longo do século XX e legadas à Câmara Municipal do Porto em 1978.

Evoca os ambientes da grande burguesia portuense de meados do século XX, destacando-se os espólios das pintoras Aurélia de Sousa e Sofia de Sousa e a coleção de joias da doadora.





sexta-feira, 13 de junho de 2014

Feira do Livro 2014

Cumprindo a tradição, a Biblioteca da Fundação A LORD, na sua ação para o desenvolvimento cultural e para a promoção da leitura, realizou a Feira do Livro, de 26 de maio a 7 de junho, na Alameda de S. Salvador.

No cenário colorido e apelativo dos livros, organizou um conjunto de atividades dirigidas aos mais pequenos, contando com a colaboração de convidados.




As Histórias de Encantar, apresentadas diariamente, tiveram como ouvintes atentos os meninos dos infantários e creches de vários lugares do concelho de Paredes.






Na manhã do dia 2 de junho, a contadora de histórias Sónia Aguiar conduziu as crianças ao mundo da fantasia e da imaginação, num ambiente de festa que a todos encantou e divertiu.


Mas, porque uma história não se conta apenas por palavras mas também pela força sugestiva das imagens, foi nossa convidada a ilustradora Carla Anjos que explicou as várias etapas do seu trabalho, as técnicas utilizadas na criação das ilustrações e a sua importância na narração de uma história.


O escritor João Manuel Ribeiro trouxe ao seu encontro com os meninos da escola de Laje - Parada de Todeia alegria e boa disposição. As lengalengas, os poemas cantados e as adivinhas andaram no ar, num jogo interativo de sentidos e de sonoridades. Todos queriam mais...
A visita à Feira foi ainda a oportunidade, para as escolas participantes, de receberem livros autografados pelos convidados e oferecidos pela Biblioteca. 



terça-feira, 10 de junho de 2014

10 de junho Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas



O Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas, celebrado a 10 de junho, é o dia em que se assinala a morte de Luís Vaz de Camões em 1580, o Dia do Santo Anjo da Guarda de Portugal e também um feriado nacional de Portugal.

Durante o regime ditatorial do Estado Novo de 1933 até à Revolução dos Cravos de 25 de Abril de 1974, o dia 10 de Junho era celebrado como o "Dia da Raça: a raça portuguesa ou os portugueses".

Após a revolução do 25 de Abril de 1974, que marcou o fim do regime ditatorial do Estado Novo, a celebração do dia passou a prestar homenagem a Portugal, Camões e às Comunidades Portuguesas.

As comemorações do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas são celebradas por todo o país, mas só as Comemorações Oficiais, que decorrem em cidades diferentes todos os anos, são presididas pelo Presidente da República e muitas outras individualidades como o Primeiro-Ministro, os Embaixadores e outras personalidades. As comemorações envolvem diversas cerimónias militares, exposições, concertos, cortejos e desfiles, além de uma cerimónia de condecorações feita pelo Presidente da República.

Tributo a Luís de Camões 
As armas e os barões assinalados
Que da Ocidental praia Lusitana,
Por mares nunca dantes navegados
Passaram ainda além da Taprobana,

Em perigos e guerras esforçados
Mais do que prometia a força humana,
E entre gente remota edificaram
Novo Reino, que tanto sublimaram;


E também as memórias gloriosas
Daqueles Reis que foram dilatando
A Fé, o Império, e as terras viciosas
De África e de Ásia andaram devastando,
E aqueles que por obras valerosas
Se vão da lei da Morte libertando,
Cantando espalharei por toda parte,
Se a tanto me ajudar o engenho e arte.


Cessem do sábio Grego e do Troiano
As navegações grandes que fizeram;
Cale-se de Alexandre e de Trajano
A fama das vitórias que tiveram;
Que eu canto o peito ilustre Lusitano,
A quem Neptuno e Marte obedeceram.
Cesse tudo o que a Musa antiga canta,
Que outro valor mais alto se alevanta.

Luís de Camões, Os Lusíadas, Canto I (estrofes 1-3)


Sete anos de pastor Jacob servia 
Labão, pai de Raquel, serrana bela;
Mas não servia ao pai, servia a ela,
E a ela só por prémio pretendia.


Os dias, na esperança de um só dia,
Passava, contentando-se com vê-la;
Porém o pai, usando de cautela,
Em lugar de Raquel lhe dava Lia.

Vendo o triste pastor que com enganos
Lhe fora assim negada a sua pastora,
Como se a não tivera merecida,

Começa de servir outros sete anos,
Dizendo: - “Mais servira, senão fora
Para tão longo amor tão curta a vida!”

Luís Vaz de Camões, in "Sonetos”



Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades, 
Muda-se o ser, muda-se a confiança: 
Todo o mundo é composto de mudança, 
Tomando sempre novas qualidades. 

Continuamente vemos novidades, 
Diferentes em tudo da esperança: 
Do mal ficam as mágoas na lembrança, 
E do bem (se algum houve) as saudades. 

O tempo cobre o chão de verde manto, 
Que já coberto foi de neve fria, 
E em mim converte em choro o doce canto. 

E afora este mudar-se cada dia, 
Outra mudança faz de mor espanto, 
Que não se muda já como soía. 

Luís Vaz de Camões, in "Sonetos"




sexta-feira, 6 de junho de 2014

O Leituras sugere...






....para junho




Sobrei da história dos meus pais?
Graça Gonçalves

“Um laço por um abraço” - o pai fazia o laço nos sapatos da Mariana e acontecia um jogo de ternura entre os dois.

Mariana vivia feliz com a sua família até que, um dia, o pai fez as malas e partiu. Pouco tempo depois, quando chegou a casa com um ramo de malmequeres para a mãe, ela também já lá não estava. Mariana foi viver com a tia e os primos.

A tristeza invade-a e adoece. Será que vai voltar a ser feliz?

Um romance tecido com muita ternura e serenidade. 

“Nos últimos dias, várias vezes tinha percebido o seu desejo de me falar no conflito em que vivia. Nunca o fez. Só me abraçava. Abraçava-me muito. Também devia ser muito difícil tentar fazer-me entender que não ia haver lugar para mim naquela sua paixão adiada. No entanto, nessa manhã, evitou olhar-me e não me abraçou. Sentia-me a mais, a sobrar. A minha mãe tinha ido mesmo embora! Sem mim. Sem os malmequeres. Também a minha mãe emigrou. Emigrou do meu carinho.”


Um poema...


E por Vezes
E por vezes as noites duram meses
E por vezes os meses oceanos
E por vezes os braços que apertamos
nunca mais são os mesmos. E por vezes

encontramos de nós em poucos meses
o que a noite nos fez em muitos anos
E por vezes fingimos que lembramos
E por vezes lembramos que por vezes

ao tomarmos o gosto aos oceanos
só o sarro das noites não dos meses
lá no fundo dos copos encontramos

E por vezes sorrimos ou choramos
E por vezes por vezes ah por vezes
num segundo se evolam tantos anos.


David Mourão-Ferreira, in 'Matura Idade'

Programa de atividades | junho 2014