sexta-feira, 29 de setembro de 2017

Visita cultural

Visita ao Baixo Minho

Itinerário pelo património histórico de Guimarães e de Braga



No sábado, 16 de setembro, a Biblioteca da Fundação A LORD organizou mais uma visita cultural cujo objetivo foi conhecer o património histórico de Guimarães e de Braga.

Situado no Monte Latito, o Castelo de Guimarães está associado ao berço da nacionalidade pois, segundo a tradição, aí terá nascido Afonso Henriques.






Logo abaixo, situa-se a Capela de S. Miguel onde terá sido batizado o primeiro rei de Portugal.



Descendo a colina do castelo, surge, imponente, o Paço dos Duques de Bragança e, logo abaixo, a estátua do 1º rei de Portugal.



Percorrendo a Rua de Santa Maria, que liga a colina do castelo ao centro histórico, deparamo-nos com os atuais Paços do Concelho, instalados num antigo convento de Clarissas.


No coração do centro histórico, a Praça de Santiago destaca-se pelo seu traçado medieval.


Através das arcadas dos antigos Paços do Concelho medievais, acede-se à Praça da Oliveira. Um alpendre gótico com calvário e a Igreja de Nª Senhora da Oliveira são monumentos a relevar.



Antes da saída para Braga, uma última e bela imagem de Guimarães.

Na cidade de Braga, a nossa visita teve início no Santuário do Bom Jesus do Monte, situado no Monte Espinho. Do santuário fazem parte o escadório barroco e as capelas e passos da Via Sacra, bem como a Basílica neoclássica. A subida fez-se no funicular, inaugurado em 1882 e movido por um sistema de contrapeso de água.






No coração da cidade, passagem pela Avenida Central onde se destacam a Igreja dos Congregados e o Edifício Arcada e entrada na Rua do Souto, movimentada artéria comercial que conduz ao núcleo medieval da urbe bracarense.


Uma paragem obrigatória: o belíssimo Jardim de Santa Bárbara, um jardim público municipal, junto à ala medieval do antigo Paço Episcopal Bracarense. 


O nosso percurso terminou na Sé Catedral, cuja construção foi iniciada no final do século XI.




 A despedida e saída fez-se pelo Arco da Porta Nova, que é provavelmente uma das edificações mais icónicas da cidade, não só pelo que representa em termos arquitetónicos e urbanísticos, mas também porque será a este arco que Braga deve a expressão que costumamos ouvir quando alguém deixa uma porta aberta: “És de Braga?”


A terminar, impõe-se uma nota de apreço pela amável disponibilidade do nosso guia, Daniel Afonso, bem como pela pertinente informação transmitida num discurso claro, preciso e objetivo.

segunda-feira, 18 de setembro de 2017

Escritor do mês | setembro

Afonso Reis Cabral
(1990-)



Afonso Reis Cabral nasceu em Lisboa em 1990 e cresceu no Porto. É o quinto de seis irmãos. Escreve desde os 9 anos. Em 2005 publicou o livro Condensação, no qual reuniu poemas escritos até aos 15 anos. Publicou textos em diversos periódicos. Em 2008 ficou em 8.º lugar no 7th European Student Competition in Ancient Greek Language and Literature, entre mais de 3500 concorrentes de 551 escolas europeias e mexicanas. Foi o único português a concorrer. Em 2014, venceu o prémio LeYa, com o romance O Meu Irmão. Em 2017, venceu o Prémio Europa - Cátedra David Mourão-Ferreira na categoria de Promessa, que tem por objetivo galardoar uma personalidade emergente no campo artístico. 

Trineto de Eça de Queirós, considera que ser descendente do famoso escritor não era razão para também ser escritor, nem a genialidade da escrita vem por arrasto. Não há genética na literatura, garante. O seu primeiro romance tem a particularidade de contar uma história que tem paralelo com a vida - e a doença - do irmão. Aliás, o título do romance é esclarecedor: O Meu Irmão. Segundo o júri que lhe atribuiu o Prémio Leya, “O livro premiado trata de um tema delicado, que poderia suscitar uma visão sentimental e vulgar: a relação entre dois irmãos, um deles com síndrome de Down. A realidade é trabalhada de uma forma objectiva e com a violência que estas situações humanas, podem desenvolver, dando também um retrato social que evita tomadas de decisão fáceis, obrigando a um investimento numa leitura que nos confronta com a dificuldade de um mundo impiedoso. Há, no entanto, uma tonalidade lírica na relação que se estabelece entre dois deficientes e que salva, através de apontamentos de poesia e de humor, o desconforto de quem vive este problema.”

É licenciado em Estudos Portugueses e Lusófonos pela Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, tendo recebido o Prémio Mérito e Excelência atribuído ao melhor aluno do curso. Na mesma instituição fez o mestrado em Estudos Portugueses com a dissertação A Orquestra Oculta-Os Estudos da Consciência e a Literatura.

Foi bolseiro no Centro de História da Cultura (FCSH-UNL), onde desenvolveu investigação sobre a editora Romano Torres. Sempre se imaginou a trabalhar na área editorial. Trabalhou como revisor em regime de free-lance e desempenha atualmente as funções de editor.


"Ele era amor em carne, amor em força bruta. Amor à flor da pele, como se o botão que gere a intensidade desse tipo de sentimento estivesse desregulado muito para lá do on." (pág.95).

SINOPSE
Com a morte dos pais, é preciso decidir com quem fica Miguel, o filho de 40 anos que nasceu com síndrome de Down. É então que o irmão - um professor universitário divorciado e misantropo - surpreende (e até certo ponto alivia) a família, chamando a si a grande responsabilidade. Tem apenas mais um ano do que Miguel, e a recordação do afecto e da cumplicidade que ambos partilharam na infância leva-o a acreditar que a nova situação acabará por resgatá-lo da aridez em que se transformou a sua vida e redimi-lo da culpa por tantos anos de afastamento. Porém, a chegada de Miguel traz problemas inesperados - e o maior de todos chama-se Luciana. Numa casa de família, situada numa aldeia isolada do interior de Portugal, o leitor assistirá à rememoração da vida em comum destes dois irmãos, incluindo o estranho episódio que ameaçou de forma dramática o seu relacionamento.


terça-feira, 12 de setembro de 2017

Um poema...

Em uma Tarde de Outono
Outono. Em frente ao mar. Escancaro as janelas 
Sobre o jardim calado, e as águas miro, absorto.
Outono... Rodopiando, as folhas amarelas
Rolam, caem. Viuvez, velhice, desconforto...

Por que, belo navio, ao clarão das estrelas,
Visitaste este mar inabitado e morto,
Se logo, ao vir do vento, abriste ao vento as velas,
Se logo, ao vir da luz, abandonaste o porto?

A água cantou. Rodeava, aos beijos, os teus flancos
A espuma, desmanchada em riso e flocos brancos...
Mas chegaste com a noite, e fugiste com o sol!

E eu olho o céu deserto, e vejo o oceano triste,
E contemplo o lugar por onde te sumiste,
Banhado no clarão nascente do arrebol...

Olavo Bilac, in "Poesias" 

O Leituras sugere...





...para setembro


Ser Quem Sou
de Margarida Fonseca Santos


Crescer é um desafio enorme. Mas, às vezes, é difícil decidir que caminho devemos seguir. A Escolha É Minha é uma coleção sobre as opções que tens de tomar todos os dias com histórias de vida contadas por jovens tais como tu.

Aquelas férias, em que os primos iam estar todos juntos — a Matilde, o João Pedro, o Jorge e o Vicente —, prometiam ser divertidas e fantásticas. De repente, a discussão instala-se em redor da Matilde e dos seus pais, que a querem forçar a escolher um curso do Secundário que não lhe interessa. E esta não é a única prima com problemas por desvendar e por resolver. Também o João Pedro receia a reação dos seus pais quando lhes revelar a sua orientação sexual.

Ainda assim, aquelas serão as melhores férias de sempre, porque, entre discussões, partilhas e cumplicidades, cada um tem a coragem de assumir ser quem é e revela abertura para aceitar as diferenças dos outros. Esta história Ser Quem Sou podia bem ser a tua ou quem sabe a de alguém que conheces.