sexta-feira, 30 de abril de 2021

DIA da MÃE | 2 MAIO

 



PARA SEMPRE

 

Por que Deus permite

que as mães vão-se embora?

Mãe não tem limite,

é tempo sem hora,

luz que não apaga

quando sopra o vento

e chuva desaba,

veludo escondido

na pele enrugada,

água pura, ar puro,

puro pensamento.

Morrer acontece

com o que é breve e passa

sem deixar vestígio.

Mãe, na sua graça,

é eternidade.

Por que Deus se lembra

— mistério profundo —

de tirá-la um dia?

Fosse eu Rei do Mundo,

baixava uma lei:

Mãe não morre nunca,

mãe ficará sempre

junto de seu filho

e ele, velho embora,

será pequenino

feito grão de milho.

 

 Carlos Drummond de Andrade, em “Lição de coisas”. São Paulo: Companhia das Letras, 2012.


Neste dia, ofereça um livro à sua mãe.

As nossas sugestões:





FELIZ DIA DA MÃE!

quarta-feira, 28 de abril de 2021

1, 2, 3...uma história de cada vez

 Olá, amiguinhos!

No próximo domingo, dia 2 de maio, é o Dia da Mãe, por isso a nossa história de hoje é dedicada a todas as MÃES 👩

💖 FELIZ DIA da MÃE 🌺


Desafio: poderão fazer um desenho relativo a esta história e, com a ajuda dos pais, enviá-lo para biblioteca@fundacaoalord.pt

Mais tarde, quando voltarem a visitar a nossa Biblioteca, poderão ver os vossos trabalhos numa exposição dedicada a esta atividade, e entretanto vamos publicando aqui os desenhos que nos forem chegando.

Participem!


Às vezes, quando gostamos muito, muito de alguém, queremos encontrar uma maneira de descrever como os nossos sentimentos são grandes. 
Mas como descobrem a Pequena Lebre Castanha e Grande Lebre Castanha, o amor não é coisa fácil de medir!




Plano Nacional de Leitura
Livro recomendado para Educação Pré-Escolar, destinado a leitura em voz alta.

Autor: McBRATNEY, Sam - "Adivinha quanto eu gosto de ti", Alfragide, Caminho, 2004, 9.ª ed. 

Este livro está disponível na Biblioteca para empréstimo.

sexta-feira, 23 de abril de 2021

25 de Abril | Dia da Liberdade

 


A data celebra a revolta dos militares portugueses, que a 25 de abril de 1974 levaram a cabo um golpe de Estado militar com o objetivo de acabar com a ditadura imposta por Salazar durante 41 anos.

O símbolo do dia 25 de abril é o cravo, porque nesse dia uma mulher ofereceu cravos aos soldados em sinal de agradecimento. Em comemoração, os soldados colocaram as flores recebidas nos canos das suas armas, o que representava a vitória praticamente sem violência.

Desta forma, o dia 25 de abril é conhecido como o Dia da Liberdade em Portugal e o dia da Revolução dos Cravos, sendo um feriado nacional onde se recorda a importância da liberdade no país.


POEMAS DE ABRIL

Este dia é um canteiro

com flores todo o ano

e veleiros lá ao largo

navegando a todo o pano.

E assim se lembra outro dia febril

que em tempos mudou a história

numa madrugada de abril,

quando os meninos de hoje

ainda não tinham nascido

e a nossa liberdade

era um fruto prometido,

tantas vezes proibido,

que tinha o sabor secreto

da esperança e do afecto

e dos amigos todos juntos

debaixo do mesmo tecto.

 

José Jorge Letria in O livro dos dias




CANTIGA DE ABRIL

 Às Forças Armadas e ao povo de Portugal

«Não hei-de morrer sem saber qual a cor da liberdade»

J. de S.

 

Qual a cor da liberdade?

É verde, verde e vermelha.

 

Quase, quase cinquenta anos

reinaram neste pais,

e conta de tantos danos,

de tantos crimes e enganos,

chegava até à raiz.

 

Qual a cor da liberdade?

É verde, verde e vermelha.

 

Tantos morreram sem ver

o dia do despertar!

Tantos sem poder saber

com que letras escrever,

com que palavras gritar!

 

Qual a cor da liberdade?

É verde, verde e vermelha.

 

Essa paz de cemitério

toda prisão ou censura,

e o poder feito galdério.

sem limite e sem cautério,

todo embófia e sinecura.

 

Qual a cor da liberdade?

É verde, verde e vermelha.

 

Esses ricos sem vergonha,

esses pobres sem futuro,

essa emigração medonha,

e a tristeza uma peçonha

envenenando o ar puro.

 

Qual a cor da liberdade?

É verde, verde e vermelha.

 

Essas guerras de além-mar

gastando as armas e a gente,

esse morrer e matar

sem sinal de se acabar

por politica demente.

 

Qual a cor da liberdade?

É verde, verde e vermelha.

 

Esse perder-se no mundo

o nome de Portugal,

essa amargura sem fundo,

só miséria sem segundo,

só desespero fatal.

 

Qual a cor da liberdade?

É verde, verde e vermelha.

 

Quase, quase cinquenta anos

durou esta eternidade,

numa sombra de gusanos

e em negócios de ciganos,

entre mentira e maldade.

 

Qual a cor da liberdade?

É verde, verde e vermelha.

 

Saem tanques para a rua,

sai o povo logo atrás:

estala enfim altiva e nua,

com força que não recua,

a verdade mais veraz.

 

Qual a cor da liberdade?

É verde, verde e vermelha.

 

26-28(?)/4/1974

Obras de Jorge de Sena

"40 anos de servidão"

Edições 70, 1989

Dia Mundial do Livro | 2021

 








Os ilustradores Susana Diniz e Pedro Semeano (dupla conhecida por Adamastor), Menção Especial do Prémio Nacional de Ilustração em 2020, conceberam a imagem do cartaz. Com ele, pretendem mostrar que, um ano após o início da pandemia, é o livro que continua a abrir-nos o espaço de isolamento físico, mas que também permite que o pensamento floresça e seja sempre cada vez mais livre.

In http://dglab.gov.pt/

O Dia Mundial do Livro é comemorado, desde 1996 e por decisão da UNESCO, a 23 de abril, data escolhida com base na tradição catalã segundo a qual, neste dia, os cavaleiros oferecem às suas damas uma rosa vermelha de S. Jorge, e recebem em troca um livro, testemunho das aventuras do heróico cavaleiro.

Neste dia, comemora-se também o Direito de Autor.

E porque na cadeia do livro todos os elos são importantes e necessários – escritor e ilustrador, editor, tradutor, revisor, designer, gráfica, distribuidora, livraria, mediador, biblioteca e leitor, venha hoje à nossa biblioteca ou requisite online, e leve um livro para si e para quem lhe é mais querido.

quarta-feira, 21 de abril de 2021

1, 2, 3...uma história de cada vez

 Olá, amiguinhos!

A história de hoje é: "O elefante diferente (que espantava toda a gente)"

Desafio: poderão fazer um desenho relativo a esta história e, com a ajuda dos pais, enviá-lo para biblioteca@fundacaoalord.pt

Mais tarde, quando voltarem a visitar a nossa Biblioteca, poderão ver os vossos trabalhos numa exposição dedicada a esta atividade, e entretanto vamos publicando aqui os desenhos que nos forem chegando.

Participem!

Era uma vez um elefante diferente. A sua tromba era MUITO comprida, o que era motivo de espanto para toda a gente.

A tromba do elefante, além de MUITO comprida, era também muito MUITO rebelde — quero dizer, não se contentava com o seu papel tradicional, e tinha uma vida MUITO independente. Tão independente, que um dia desapareceu, deixando para trás o elefante…

Plano Nacional de Leitura
Livro recomendado para Educação Pré-Escolar, destinado a leitura em voz alta.

Autor: NEVES, Manuela Castro - "O elefante diferente (que espantava toda a gente)", Alfragide, Caminho, 2009

Este livro está disponível na Biblioteca para empréstimo.

quarta-feira, 14 de abril de 2021

1, 2, 3...uma história de cada vez

 Olá, amiguinhos!

Esta é a história de hoje: "O ganso do charco"

Desafio: poderão fazer um desenho relativo a esta história e, com a ajuda dos pais, enviá-lo para biblioteca@fundacaoalord.pt

Mais tarde, quando voltarem a visitar a nossa Biblioteca, poderão ver os vossos trabalhos numa exposição dedicada a esta atividade, e entretanto vamos publicando aqui os desenhos que nos forem chegando.

Participem!


Há um ganso que tem artes de despistar uma raposa muito ladina.
Inteligente e imaginativo, ele vai ajudar o resto do seu bando a dar uma lição à raposa.

Plano Nacional de Leitura
Livro recomendado para Educação Pré-Escolar, destinado a leitura em voz alta.

Autor: CHURCH, Caroline Jayne - "O ganso do charco", Lisboa, Livros Horizonte, 2011

Este livro está disponível na Biblioteca para empréstimo.

segunda-feira, 12 de abril de 2021

Um poema...

 Explicação do País de Abril


País de Abril é o sítio do poema.

Não fica nos terraços da saudade

não fica nas longas terras. Fica exactamente aqui

tão perto que parece longe.

 

Tem pinheiros e mar tem rios

tem muita gente e muita solidão

dias de festa que são dias tristes às avessas

é rua e sonho é dolorosa intimidade.

 

Não procurem nos livros que não vem nos livros

País de Abril fica no ventre das manhãs

fica na mágoa de o sabermos tão presente

que nos torna doentes sua ausência.

 

País de Abril é muito mais que pura geografia

é muito mais que estradas pontes monumentos

viaja-se por dentro e tem caminhos veias

- os carris infinitos dos comboios da vida.

 

País de Abril é uma saudade de vindima

é terra e sonho e melodia de ser terra e sonho

território de fruta no pomar das veias

onde operários erguem as cidades do poema.

 

Não procurem na História que não ven na História.

País de Abril fica no sol interior das uvas

fica à distância de um só gesto os ventos dizem

que basta apenas estender a mão.

 

País de Abril tem gente que não sabe ler

os avisos secretos do poema.

Por isso é que o poema aprende a voz dos ventos

para falar aos homens do País de Abril.

 

Mais aprende que o mundo é do tamanho

que os homens queiram que o mundo tenha:

o tamanho que os ventos dão aos homens

quando sopram à noite no País de Abril.


Manuel Alegre

Praça da Canção



sexta-feira, 9 de abril de 2021

Escritor do mês | abril

Elizabeth Strout

(1956/)


Elizabeth Strout, nascida em 1956 em Portland, nos Estados Unidos da América, é uma das romancistas americanas mais aclamadas da atualidade. 

Além do sucesso mundial que obteve com o romance Olive Kitteridge, que lhe valeu um prémio Pulitzer, recebeu ainda o Los Angeles Times Art Seidenbaum Award e o Chicago Tribune Heartland Prize pelo seu romance de estreia, Amy and Isabelle. 

Foi também finalista dos prémios PEN/Faulkner Award, Orange Prize e International Dublin Literary Award, no Reino Unido. Os seus textos têm sido divulgados em várias publicações periódicas, incluindo a The New Yorker. 

Em Portugal, estão publicados O meu nome é Lucy Barton, finalista do Booker Prize, Tudo é possível, vencedor do Story Prize, e Olive Kitteridge, vencedor do Pulitzer Prize e finalista do National Book Critics Award

Olive Kitteridge foi adaptado a uma série de televisão vencedora de um Emmy.


O Leituras sugere...

 



...para abril 


O Gnu e o Texugo

Cuidado com o vento

de Ana Pessoa 

Ilustração de Madalena Matoso

Cuidado com o vento


Às vezes vamos pelos ares.

O vento empurra-nos para novos lugares e nós lá vamos com ele. Foi o que aconteceu ao gnu e ao texugo nesta história. E foi também o que aconteceu a este livro, que andou às voltas e às voltas e ficou todo baralhado.

Quem estará do outro lado do vento?

Na verdade, nunca sabemos. Resta-nos esperar que esteja lá alguém muito simpático que acenda a luz e nos receba em sua casa.

Infantil (6 a 10 anos)

quarta-feira, 7 de abril de 2021

1, 2, 3...uma história de cada vez

                             Olá, amiguinhos!

Esta é a história de hoje: "A grande birra"

Desafio: poderão fazer um desenho relativo a esta história e, com a ajuda dos pais, enviá-lo para biblioteca@fundacaoalord.pt

Mais tarde, quando voltarem a visitar a nossa Biblioteca, poderão ver os vossos trabalhos numa exposição dedicada a esta atividade, e entretanto vamos publicando aqui os desenhos que nos forem chegando.

Participem!

O Jorge está mal-humorado e num daqueles dias… mas hoje vai ter um encontro com a temida Grande Birra!

Uma história muito divertida sobre birras, fitas e fazer as pazes.




Autor: JAMIESON, Tom - "A grande birra", Lisboa, Jacarandá, 2018

Este livro está disponível na Biblioteca para empréstimo.

quinta-feira, 1 de abril de 2021

É DIA DE PÁSCOA

“Ser incréu custa muito. É dia de Páscoa. O gosto que eu teria de beijar também o Senhor, se acreditasse! Assim, olho a fé dos outros em aleluia, e fico nesta tristeza agnóstica que faz da vida uma agónica aventura sem esperança de ressurreição.”

Miguel Torga, Diário XIII, 15 de abril de 1979


"Com flores de rododendro cor de fogo

anuncio aos sentidos

o milagre

da ressurreição.

E o Cristo vivo, em que se transfigura

a mais vil criatura

que atravessa a praça,

é como uma graça

a mais da primavera.

Ah, quem pudera

todos os dias

olhar o mundo assim, repovoado

de fraternidade,

quente de um sol desabrochado

em cada pétala da realidade!"

Miguel Torga, (19 de abril de 1987)

As palavras de Miguel Torga são de um não crente que revela um admirável espírito de fraternidade cristã porque projeta no seu semelhante a realização das aspirações que não consegue concretizar. Reconhecendo que a sua vida é “agónica aventura”, alimenta a esperança de um mundo “repovoado de fraternidade”.