sexta-feira, 19 de junho de 2015

Feira do livro | 2015

De 25 de maio a 6 de junho, A Alameda de S. Salvador foi, de novo, o cenário da Feira do Livro que a Biblioteca da Fundação A LORD, empenhada no desenvolvimento cultural e na promoção da leitura, realiza anualmente.
Os livros, sedutores nos seus títulos, ilustrações e cores captaram a atenção dos visitantes, sobretudo das crianças.


A animação cultural, dinamizada pela equipa da Biblioteca com a colaboração de convidados, privilegiou os mais pequenos.
Os participantes encantados com as Histórias de Encantar, apresentadas diariamente, foram os meninos dos infantários de S. Mamede de Recesinhos, de Santa Marta - Penafiel, do Centro Escolar de Sobrosa, do Centro Escolar de Sobreira e da Creche ADR - Rebordosa.

No dia 28 de maio, a escritora Ana Luísa Carapinheiro trouxe o seu tapete contador de histórias e, promovendo a interatividade com os meninos presentes, do ensino pré-escolar do Centro Escolar nº1 do Agrupamento de Escolas de Lordelo, abriu o seu livro “INI”, contando a história e mostrando às crianças como podemos e devemos respeitar os outros, incluindo as suas peculiaridades.

Depois, apresentou outro  livro da sua autoria, “Ser Português é…” que tem como principal finalidade «mostrar às crianças o que é ser português e acima de tudo fazer com que miúdos e graúdos tenham orgulho em ter nascido neste jardim à beira mar plantado». 

Foi um encontro muito agradável de convívio em torno dos livros, enquanto objetos educativos e recreativos.


No âmbito deste projeto que visa a promoção do livro e da leitura, por via das várias formas artísticas – encontro com escritores, música, dramatizações,  os meninos do Centro Escolar nº2 do Agrupamento de Escolas de Lordelo  vieram conhecer o conto infantil “A Princesa Aurora”, da autora Elisabete Freire. Todos recordaram que é muito bom cada um ser co construtor dos seus sonhos e que tornar os outros felizes torna-nos cada vez mais ricos!... Todos aprenderam a "coser" corações e a procurar "as linhas" que projetam a felicidade. E foi feita a dramatização do conto com todos os meninos a quererem participar.



Com a visita da contadora de histórias Sónia Aguiar, as crianças do jardim de infância de Soutelo e de duas turmas do 1º ciclo do Centro Escolar nº1 do Agrupamento de Escolas de Lordelo vivenciaram momentos de fantasia, criatividade e aprendizagem.
Como definir o que é um beijo? Apoiando-se no livro “Beijinhos Beijinhos” de Selma Mandine, 
Sónia Aguiar fez a descrição deste momento tão ternurento, com exemplos de situações em que se manifestam pelas mais diversas razões. E há muitos tipos de beijinhos, dependendo dos protagonistas: por exemplo o do avô, com a sua longa barba tapa a cara toda; o da avó é repenicado, mas já o dos cães é húmido. E através deste livro, fica-se ainda a saber que os beijinhos podem ter cores, como os de chocolate.


«- A Mara é orelhuda! - Mãe, tu achas que eu sou orelhuda? - Não, filha. Tens é orelhas de borboleta. - E como são as orelhas de borboleta? - São orelhas que revoluteiam na cabeça e pintam as coisas feias de mil cores.» Ter as orelhas grandes, o cabelo rebelde, ser alto ou baixo, magro ou rechonchudo... até a mais insignificante característica pode ser motivo de troça entre as crianças. Por isso é necessário um livro que demonstre a todos, tanto àqueles que fazem como àqueles que recebem algum comentário depreciativo, que esse tipo de comportamento é reprovável. Por isso foi bom ouvirmos o conto “Orelhas de Borboleta” de Luísa Aguilar.


“Gosto de Ti” de Bénédicte Carboneill identifica diferentes formas de gostar que se descobrem desde os primeiros anos de vida. É isso que Rosa aprende ao ouvir Hugo, o pai, a mãe e a avó dizerem que gostam dela. E no fim Rosa fica a perceber o verdadeiro significado do amor com a sua avó. E a Sónia Aguiar contou tudo com muita expressividade.


Para fechar este encontro com livros e suas histórias veio “Um bicho estranho”, de  Mon Daporta,  um conto para contar, onde a rima e o ritmo são fundamentais bem como o “jogo” que estabelece com as crianças que podem assim descobrir a função lúdica da leitura. E isso porque ao girar o livro e dando a volta à história...




Este encontro foi ainda o momento ideal para premiar a criatividade dos participantes no Concurso “O TEU DIA, MÃE!” com que celebrámos o dia da Mãe.
Assim, foram entregues os respetivos prémios a:
  • Ana Luísa Neto Moreira - Escola Básica Nº 1 de Lordelo
  • Maria de Fátima Santos Rocha - Escola Básica Nº 1 de Lordelo
  •  Beatriz Sofia Ferreira Martins - EB 2,3S de Lordelo
PARABÉNS!

A visita à Feira foi ainda a oportunidade para as escolas participantes levarem para as suas bibliotecas livros autografados pelas escritoras convidadas e oferecidos pela nossa Biblioteca.

Acreditamos que são momentos fantásticos como estes que despertam nas crianças o prazer pelo livro e pela leitura.

Escritor do mês | junho


quarta-feira, 17 de junho de 2015

O Leituras sugere...







...para junho 


O Segredo da Pimpona

Maria Carolina Pereira Rosa



Pimpona era uma galinha branca, grande, bonita, boa poedeira, mas tinha um grande defeito: era muito, muito vaidosa. Sonhava ver-se cheia de penas brilhantes e coloridas! Chegou a enfeitar-se com rendas, fitas e laços de cores garridas e até mesmo a pintar-se inteirinha. O Segredo da Pimpona conta as peripécias que esta galinha tonta viveu quando resolveu fugir da quinta da Dona Balbina. Nem imaginam as venturas e desventuras que Pimpona viveu na sequência desta sua fuga! Chegou até a ser artista de circo!

As respostas estão todas neste livro cheio de cor e humor.

segunda-feira, 15 de junho de 2015

Um poema...

Uma pequenina luz

Uma pequenina luz bruxuleante
não na distância brilhando no extremo da estrada
aqui no meio de nós e a multidão em volta
une toute petite lumière
just a little light
una picolla... em todas as línguas do mundo
uma pequena luz bruxuleante
brilhando incerta mas brilhando
aqui no meio de nós
entre o bafo quente da multidão
a ventania dos cerros e a brisa dos mares
e o sopro azedo dos que a não vêem
só a adivinham e raivosamente assopram.
Uma pequena luz
que vacila exacta
que bruxuleia firme
que não ilumina apenas brilha.

Chamaram-lhe voz ouviram-na e é muda.
Muda como a exactidão como a firmeza
como a justiça.
Brilhando indefectível.

Silenciosa não crepita
não consome não custa dinheiro.
Não é ela que custa dinheiro.
Não aquece também os que de frio se juntam.
Não ilumina também os rostos que se curvam.
Apenas brilha bruxuleia ondeia
indefectível próxima dourada.
Tudo é incerto ou falso ou violento: brilha.
Tudo é terror vaidade orgulho teimosia: brilha.
Tudo é pensamento realidade sensação saber: brilha.
Tudo é treva ou claridade contra a mesma treva: brilha.
Desde sempre ou desde nunca para sempre ou não:
brilha.

Uma pequenina luz bruxuleante e muda
como a exactidão como a firmeza
como a justiça.
Apenas como elas.
Mas brilha.
Não na distância. Aqui
no meio de nós.
Brilha.

Jorge de Sena, in Antologia Poética, Guimarães Editora, 2010



Em tempos difíceis da nossa história comum, a esperança, exposta à força das contrariedades ou dos contrariados, pode parecer assim: trémula, vacilante, inútil. No entanto, permanece como uma declaração de sentido, maior e mais além – brilha. Deixá-la brilhar, protegê-la, apontá-la aos que nunca a viram ou a deixaram de ver, podem ser - no meio de nós - pequeninas parcelas de luz.