terça-feira, 13 de junho de 2023

Escritor do mês | junho

 Gonçalo Cadilhe

(1968/…)


«Não sei, digo sempre quando me perguntam como nasceu em mim o gosto pela viagem. Talvez pela infância na Figueira da Foz, uma cidade de horizontes abertos. Talvez pelos escuteiros, que deram alternativa melhor ao conforto do lar. Talvez pelo surf, que me abriu a uma nova dimensão do espaço, amniótico, infinito. Talvez pela primeira viagem, que obrigou a sonhar com a segunda. Não sei, digo sempre quando me perguntam.

E acrescento: não é uma pergunta. O que merecia ser perguntado é, a quem não gosta de viajar: como é que não nasceu em si o gosto pela viagem? Quem não gosta de viajar? Viajar é alegria, é plenitude. E como todas as coisas boas da vida, essa alegria, essa plenitude, merecem ser partilhadas.

Nesse sentido, cada reportagem que assino, cada livro que escrevo, cada documentário que realizo, toda a minha actividade profissional é sentida como uma partilha.»

Gonçalo Cadilhe 

Gonçalo Cadilhe nasceu na Figueira da Foz em 1968, cidade onde cresceu e que mantém como residência. Licenciou-se em Gestão de Empresas na Universidade Católica do Porto, em setembro de 1992, fazendo parte da primeira "fornada" de licenciados deste curso. Durante os anos da Universidade frequentou também a Escola de Jazz do Porto. Depois de uma breve passagem pelo mundo da Gestão de Empresas, em abril de 1993 começou a viajar e a escrever sobre viagens de forma profissional. Tem vários livros publicados e assinou três documentários de viagens para a RTP2. Organiza e acompanha mini-tours pelo globo em colaboração com a agência PLV.

Gonçalo Cadilhe publicou a sua primeira reportagem de viagens, dedicada ao México, no número de fevereiro de 1992 da extinta revista Grande Reportagem, dirigida por Miguel Sousa Tavares.

Nos primeiros anos da sua carreira de viajante profissional, para complementar financeiramente as receitas das esporádicas colaborações em algumas revistas portuguesas, extremamente mal pagas como seria de esperar, exerceu também as seguintes atividades: músico da banda de Claudia Pastorino no night-club "Sapore di Mare", Rapallo, Riviera Italiana (primavera-verão 93); vindimador no Médoc (Chateau Lynch-Bages) e em Savternes (Chateau Suduiraui) (outono 93); operário não qualificado no estaleiro de iates Saint-Germain, em Lavagna, Itália (inverno 94); responsável pelas reservas hoteleiras na estância de ski de Madonna de Campíglio, Alpes Dolomites, (inverno 94-95); empregado de mesa no famoso restaurante "Puny', em Portofino, Itália (primavera-verão 95).

A partir de 1996 dedica-se exclusivamente ao jornalismo de viagens. Ao longo destes anos colaborou, para além da já referida "Grande Reportagem", com o "Independente", com a "Elle", com a "Epicur', com o "Blitz", com o "Expresso" e com o programa da manhã da Antena 1. Escreveu crónicas regulares no suplemento da Visão "Vida e Viagens" e na "Surf Portugal”.

BIBLIOGRAFIA

A Felicidade no Fim do Mundo (2022); Sinal de GPS Perdido (2021); Por Este Reino Acima (2020); O Esplendor do Mundo (2017); Nos passos de Santo António : uma viagem medieval (2016); O mundo é fácil : aprenda a viajar com Gonçalo Cadilhe (2015); Um dia na Terra : fotografias do quotidiano do planeta (2014); Passagem para o horizonte (2014); Um lugar dentro de nós (2012); Caderno do Viajante (2011); Encontros Marcados (2011); O Mundo é Fácil (2010); Um km de Cada Vez (2009); Tournée (2008); Nos Passos de Magalhães (2008); África Acima (2007); A Lua Pode Esperar (2006); No princípio estava o mar: surf, viagens e outras inquietudes (2005); Planisfério Pessoal (2005).


Viajar pelo mundo e escrever sobre ele é a minha profissão. Sou um trabalhador dedicado e assíduo e em vinte anos nunca faltei um dia ao emprego. Tenho mais de 40 anos e amo Portugal — de preferência de longe e explicado a estrangeiros. Acredito no comboio, na bicicleta, no barco, na conversa, no copo de vinho e em outros meios de transporte que levam longe, mas não têm pressa de chegar.

Nasci e cresci na figueira da Foz, onde ainda hoje vivo com a minha mulher e o meu filho. Dito desta maneira, parece que nunca saí da minha cidade. Não é verdade, mas mesmo que fosse, bastavam algumas das reflexões que deixo neste livro para que me sentisse plenamente feliz com as viagens que nunca fiz.

In "Um Lugar Dentro de Nós" (julho 2012) 


Tenho mais de 40 anos e poucas certezas na vida — como tal, gosto de questionar tudo o que me parece seguro e adquirido. Também por isso viajo: dá-me distância e perspetiva para relativizar todas essas coisas, que se dizem, do género, "a comida portuguesa é a melhor do mundo" ou "Deus escreve direito por linhas tortas”. Este não é o meu primeiro livro, nem de perto nem de longe. Talvez por isso insista tanto em desmitificar o glamour da viagem e a ideia romântica que se tem do viajante.

In “Passagem para o Horizonte” (julho 2014)



quarta-feira, 7 de junho de 2023

O Leituras sugere...

 



...para junho


A melhor forma

Naomi James

Esta é a história absolutamente irresistível de um triângulo que está à procura do seu lugar no mundo.

Pois é. O triângulo sente-se sozinho. Não conhece mais nenhum igual a ele... Além disso, acha que ninguém quer brincar com ele, porque não se encaixa nas outras formas. Porém, os círculos, os quadrados, os hexágonos e as estrelas demonstram-lhe o contrário. Juntos, descobrem novos jogos e possibilidades de brincar. O triângulo é a única forma que consegue encaixar-se em todas as formas. Ele é… a forma perfeita.

Este é um livro com um estilo gráfico elegante, afetuoso e com uma mensagem muito importante sobre diversidade, interação e integração de pessoas de culturas e aspetos diferentes.

As crianças vão adorar os diferentes padrões e desenhos, enquanto aprendem que a singularidade não é um problema e que quanto maior a variedade, melhor.

Este livro está disponível na Biblioteca para empréstimo.

quinta-feira, 1 de junho de 2023