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quinta-feira, 23 de dezembro de 2021
quarta-feira, 22 de dezembro de 2021
1, 2, 3...uma história de cada vez
Olá, amiguinhos!
Hoje trazemos mais uma história natalícia: "Do que mais gosto no Natal..."
FELIZ NATAL para todos!
quinta-feira, 16 de dezembro de 2021
1, 2, 3...uma história de cada vez
Olá, amiguinhos!
Hoje trazemos uma história natalícia: "O macaco rabugento - Oh, não, é Natal"
quarta-feira, 15 de dezembro de 2021
O Leituras sugere...
...para dezembro
A árvore das histórias de Natal
José
Jorge Letria
Contadas
com muita imaginação, ternura, poesia e algum humor, o autor aborda temas
desafiantes como a tolerância, a empatia, o abandono, a pobreza ou a memória de
quem já não está.
O Natal está quase a chegar. Vamos, então, celebrar o espírito natalício com um conto desta coletânea.
A Fava, o Brinde e
o Bolo-Rei
Dentro do enorme
bolo-rei encomendado para a noite de Natal as coisas estavam muito longe de
correr bem. Porquê? Porque a fava e o brinde tinham passado da fase de amuo à
de corte de relações devido às discussões antigas que sempre houvera entre
ambos.
A fava entendia que
o seu papel era, há muito, desvalorizado, fazendo ela, as mais das vezes, o
papel de má da fita. Sempre que alguém partia um dente a trincar uma fatia ou
ficava incomodado por não lhe ter saído o brinde, mesmo que ele fosse
insignificante, o comentário costumava ser:
— Maldita fava, que
não está aqui a fazer nada, que só causa problemas e que, ainda por cima, nem
serve para ser comida.
Por isso, a fava
exigira já ao pasteleiro que a embelezasse, revestindo-a, por exemplo, de
chocolate, o que sempre poderia torná-la mais apetecível e menos desprezada.
Mas o pasteleiro recusara-se a fazê-lo, em nome de uma velha tradição de que se
sentia guardião.
Por
sua vez, o brinde, que se encontrava numa posição favorável, sendo sempre o
mais procurado no bolo-rei, juntamente com algumas frutas cristalizadas, achava
que aquilo que se gastava com a compra bem podia ser aplicado na melhoria da
sua qualidade.
Queria,
por exemplo, deixar de ser feito em metal barato, do género que escurece e
enferruja rapidamente, e passar a ser feito em prata, o que lhe daria o direito
de não ser atirado para o fundo de uma caixa esquecida num sótão, ou mesmo para
o caixote do lixo.
Em
relação a esta exigência também o pasteleiro não se mostrava disposto a ceder,
afirmando, por exemplo:
—
Se eu fizesse o que me pedes, o brinde sairia muito mais caro do que o
bolo-rei.
Eram
estes problemas que se encontravam na origem das discussões e dos conflitos a
que o pasteleiro se sentia incapaz de pôr termo. Por isso pediu a intervenção
da Fada do Natal, com o objectivo de a levar a pôr um pouco de bom senso nas
cabeças da fava e do brinde.
A
Fada do Natal apareceu na cozinha sem aviso e encontrou a fava e o brinde muito
amuados, cada um para seu canto, recusando-se a entrar naquele bolo-rei e, por
sua vez, o pasteleiro desesperado a desabafar:
—
Se eles se recusarem a colaborar, eu não poderei satisfazer a minha encomenda
e, assim, uma família grande passará a noite de Natal sem o bolo-rei que tanto
deseja.
Ao
escutar esta queixa, a Fada do Natal tomou uma decisão inesperada: puxou da sua
varinha mágica e transformou o brinde em fava e a fava em brinde, medida que
deixou ambos completamente confusos e sem saberem o que haviam de dizer.
Aproveitando
o silêncio da fava que agora era brinde e do brinde que agora era fava, o
pasteleiro pôs os dois dentro do bolo-rei, ainda em fase de massa mole, e
meteu-o dentro do forno. De lá de dentro saíam vozinhas dizendo coisas do
género: “Mas que grande confusão. Ainda há pouco tinha forma de fava e agora
olho para mim e vejo um brinde prateado” ou “ando eu a pedir para me fazerem em
prata e agora não passo de uma rija e triste fava”.
O
pasteleiro sentiu uma grande vontade de rir com a confusão que a sua amiga Fada
do Natal acabara de criar para o ajudar e por achar inútil toda aquela
discussão que prometia arrastar-se para além do que era razoável.
—
Obrigado, Fada do Natal, pela preciosa ajuda que me deste. O que posso agora
fazer para te compensar? — disse o pasteleiro.
—
É simples. Faz chegar o bolo-rei ao seu destino, para que aqueles que o esperam
não sejam prejudicados e, se tiveres outros bolos-reis que ninguém tenha
comprado, fá-los chegar às mãos daqueles que não têm casa nem família —
respondeu a Fada do Natal.
—
Então a fava e o brinde?
—
Ficarão assim até perceberem que, vistas do outro lado, as coisas são sempre
diferentes do que imaginámos. Talvez assim se acalmem e deixem de te causar
problemas inúteis.
José Jorge Letria
A Árvore das
Histórias de Natal
Porto, Ambar, 2006
terça-feira, 14 de dezembro de 2021
Escritor do mês | dezembro
Rosa Montero
(1951/)
Rosa
Montero nasceu em Madrid em 1951. Entre os cinco e os nove anos esteve retida
em casa por sofrer de tuberculose e foi nessa época que começou a ler e a
escrever com assiduidade. Depois de curada, regressou à escola para frequentar
o Instituto Beatriz Galindo, em Madrid. Aos 17 anos, inscreveu-se na Faculdade
de Filosofia, mas, no ano seguinte, em 1969, mudou para a Escola de Jornalismo.
Ao mesmo tempo, fazia teatro independente. No verão de 1970, começou a escrever
alguns artigos no diário Informaciones, de Alicante, seguindo-se uma
colaboração na revista Tele-Radio e em diversos órgãos da Imprensa. Como
jornalista, atualmente colabora em exclusivo com o jornal El País, tendo obtido,
em 1980, o Prémio Nacional de Jornalismo e, em 2005, o Prémio da Associação da
Imprensa de Madrid, por toda a sua vida profissional. Com A Louca da Casa
recebeu o Prémio Grinzane Cavour de literatura estrangeira e o Prémio Qué Leer
para o melhor livro espanhol, distinção que também foi atribuída, em 2006, a
História do Rei Transparente. A Ridícula Ideia de Não Voltar a Ver-te
viria a ganhar o Prémio da Crítica de Madrid 2014.
Recebeu,
já em 2017, e pelo conjunto da sua obra, o Prémio Nacional das Letras
Espanholas, galardão que o júri fundamentou com a «sua longa trajetória no
romance, jornalismo e ensaio.
O
seu trabalho foi traduzido para mais de vinte idiomas, ela é Doutora Honoris
Causa pela Universidade de Porto Rico.
Em
2018 foi nomeada professora honorária do Departamento Académico de Humanidades
da Pontificia Universidad Católica del Perú.
Em
fevereiro de 2019 foi criada a Sala de Aula Rosa Montero na Faculdade de
Jornalismo da Universidade Miguel Hernández de Elche (Alicante).
Durante
o ano de 2020, The Times of Hate ganhou o Prémio Violeta Negra Occitanie 2020
do Festival Toulouse Polars du Sud na França e Rosa Montero recebeu o Prémio de
Honra do Festival Panama Negro.
É
membro honorário da Universidade de Málaga.
Publicou
os romances: Crónica do desamor (1979) , A função Delta (1981), Tratarei você como uma rainha (1983) ,
Amado Amo (1988) , Temblor (1990) , Bella y Oscura (1993)
, A Filha do Canibal (Prémio Primavera de Novela em 1997), O Coração
do Tártaro (2001), A Louca da casa (2003), Prémio What to Read 2004
para o melhor livro do ano, Prémio Grinzane Cavour para o melhor livro estrangeiro
publicado na Itália em 2005, Prémio “Roman Primeur” 2006 (França) e Grand Prix
Littéraire de Saint-Emilion, Pomerol, Fronsac (2005-2006); Transparent King
Story(2005), Prémio Qué Leer 2005 para o melhor livro do ano, e Prémio
Mandarache 2007; Instruções para salvar o mundo (2008), Prémio dos
Leitores no Festival de Literaturas Europeias de Cognac (França, 2011); Lágrimas
na chuva (março de 2011), Quadrinhos (outubro 2011), Prémio de
Melhor Quadrinhos 2011 por voto popular (Feira Internacional de Quadrinhos de
Barcelona), A ideia ridícula de não te ver novamente (março de 2013), Prémio
da Crítica de Madrid (2014) e Prix du Livre Robinsonnais 2016 na categoria
Romans étrangers da Bibliothèque du Plessis Robinson, O Peso do Coração (2015), A Carne (2016), Os Tempos do Ódio (2018) e Boa sorte (2020).
Também
publicou o livro de contos Amantes e Inimigos e dois ensaios biográficos,
Histórias de Mulheres e Paixões, bem como histórias para crianças
e compilações de entrevistas e artigos.
segunda-feira, 13 de dezembro de 2021
Um poema...
O Natal não é ornamento: é fermento
É um impulso divino que irrompe pelo interior da
história
Uma expectativa de semente lançada
Um alvoroço que nos acorda
para a dicção surpreendente que Deus faz
da nossa humanidade
O Natal não é ornamento: é fermento
Dentro de nós recria, amplia, expande
O Natal não se confunde com o tráfico sonolento
dos símbolos
nem se deixa aprisionar ao consumismo sonoro de
ocasião
A simplicidade que nos propõe
não é o simplismo ágil das frases-feitas
Os gestos que melhor o desenham
não são os da coreografia previsível das
convenções
O Natal não é ornamento: é movimento
Teremos sempre de caminhar para o encontrar!
Entre a noite e o dia
Entre a tarefa e o dom
Entre o nosso conhecimento e o nosso desejo
Entre a palavra e o silêncio que buscamos
Uma estrela nos guiará
José Tolentino Mendonça
quinta-feira, 2 de dezembro de 2021
1, 2, 3...uma história de cada vez
Olá, amiguinhos!
A Biblioteca hoje está de parabéns!
E a história de hoje é: "Elmer e o arco-íris"