Paulina Chiziane
(1955/)
Paulina Chiziane nasceu em Manjacaze, Moçambique, em 1955. Estudou
Linguística em Maputo, mas não concluiu o curso. Atualmente vive e trabalha na
Zambézia. Ficcionista, publicou vários contos na imprensa (Domingo, na «Página
Literária», e na revista Tempo). Publicou o seu primeiro romance, Balada
de Amor ao Vento, depois da independência (1990), que é também o primeiro
romance de uma mulher moçambicana. Ventos do Apocalipse, concluído
em 1991, saiu em Maputo em 1995 como edição da autora e foi publicado pela
Caminho em 1999. O Sétimo Juramento e Niketche foram
publicados em Portugal em 2000 e 2002, respetivamente. Afirma: «Dizem que sou
romancista e que fui a primeira mulher moçambicana a escrever um romance, mas
eu afirmo: sou contadora de estórias e não romancista. Escrevo livros com
muitas estórias, estórias grandes e pequenas. Inspiro-me nos contos à volta da
fogueira, minha primeira escola de arte.». Em 2014, foi agraciada pelo Estado português com o
grau de Grande Oficial da Ordem Infante D. Henrique. Em 2003, recebeu o Prémio
José Craveirinha de Literatura e, em 2021, foi-lhe atribuído o mais prestigiado
galardão das letras lusófonas, o Prémio Camões.
"O
júri decidiu por unanimidade atribuir o Prémio à escritora moçambicana Paulina
Chiziane, destacando a sua vasta produção e receção crítica, bem como o
reconhecimento académico e institucional da sua obra", pode ler-se na nota
informativa da reunião do júri da 33.ª edição do Prémio Camões que decorreu no
dia 20 de outubro de 2021.
O júri referiu também a importância que dedica
nos seus livros aos problemas da mulher moçambicana e africana. O júri
sublinhou o seu trabalho recente de aproximação aos jovens, nomeadamente na
construção de pontes entre a literatura e outras artes.
“Contadora de histórias, arte que aprendeu com a sua avó, publicou vários contos em jornais do seu país. São histórias que falam das vivências de tempos difíceis, da esperança, do amor, da mulher e de uma África passada e presente, que a autora soube transferir da oralidade para o papel.”
Porto Editora – Paulina Chiziane na Infopédia [em linha].