segunda-feira, 23 de dezembro de 2019

Aniversário A LORD 2019

No passado dia 7 de dezembro, a Fundação A LORD e a sua Biblioteca comemoraram mais um aniversário, o XXIII e o XIX respetivamente.



A abrir a sessão, o grupo de senhoras que frequentam os ateliês no Museu A LORD, apresentou a peça de teatro “As galinhas faladoras” de Luísa Ducla Soares.


E se de repente, o meu objeto predileto ganhasse vida e falasse? O que diria? Foi a partir deste mote, que o Grupo de teatro LORDator apresentou as suas histórias, de uma maneira divertida e emocionante, dando a conhecer ao público os seus objetos favoritos e a importância que têm na vida de cada um. 





E depois destes momentos cheios de emoção e boa disposição, o Presidente e a Coordenadora da Fundação A LORD procederam à entrega de certificados, no âmbito da Formação Profissional, aos participantes do curso da área da electricidade e energia.




Usaram, depois, da palavra o Presidente da Fundação A Lord, Sr. Francisco Ramos, e o Vice-Presidente da Câmara de Paredes, Dr. Francisco Leal que saudaram todos os presentes e enalteceram a boa prestação dos dois Grupos intervenientes, salientando também a acção interventiva desta instituição no desenvolvimento cultural de Lordelo. 

Por fim, o público presente foi convidado a cantar os parabéns às aniversariantes e a saborear o bolo festivo.

Para assinalar a data, todos receberam uma lembrança.


terça-feira, 10 de dezembro de 2019

O Leituras sugere...





...para dezembro 



O Segredo das Estrelas
Um conto de Natal
Lídia Valadares

Na sede das renas do Pai Natal, na Lapónia, reinava uma grande agitação.


Aproximava-se a época natalícia e havia que fazer todos os preparativos, com muito zelo e rapidez, para que tudo estivesse pronto na data exata.

Um majestoso trenó repleto de prendas aguardava a presença do Pai Natal e das suas renas para a viagem mágica que iam iniciar.
A excitação e a ansiedade aumentavam. Contudo, na hora da partida, algo aconteceu que provocou no Pai Natal uma certa dúvida: deveriam ou não realizar aquela viagem?

Será que, naquele ano, as casas não receberam a visita do Pai Natal?
As estrelas guardavam um precioso segredo…. Qual seria?

Embarca no trenó deste conto e, na companhia de renas muito engraçadas, desvenda os mistérios deste Natal.

Escritor do mês | dezembro

JOËL DICKER
(1985/)


“Escrevo porque gosto de ler romances e é isso que quero fazer.”

Joël Dicker nasceu em Genève, Suíça, em 1985, filho de pai professor de literatura francesa e mãe funcionária de uma livraria. Formado em Direito, sempre quis ser escritor. Começou a escrever em revistas era muito novo. Trabalhou como jornalista.

O seu primeiro romance, Os últimos dias dos nossos pais, venceu o Prémio dos Escritores de Genève. A verdade sobre o caso Harry Quebert é o seu segundo romance. Publicado em França em 2012, quando Joël tinha apenas vinte e sete anos, tornou-se rapidamente um best-seller mundial, traduzido para 40 línguas e com cinco milhões de exemplares vendidos em todo o mundo. Recebeu vários prémios: Prix de la Vocation Bleustein-Blanchet, o Grande Prémio do Romance da Academia Francesa, o Prémio Goncourt des Lycéens e o prémio da revista Lire para Melhor Romance em língua francesa. O Livro dos Baltimore é o terceiro romance deste aclamado autor. O desaparecimento de Stephanie Mailer é o seu quarto romance e confirma a mestria de Dicker no género do mistério literário, tendo vendido 48 mil exemplares nos primeiros seis dias em livraria, em França e na Suíça.

 



 A RESPEITO DOS ACONTECIMENTOS DE 30 DE JULHO DE 1994

 Apenas as pessoas familiarizadas com a região dos Hamptons, no estado de Nova York, souberam do que aconteceu em 30 de julho de 1994 em Orphea, uma pequena e badalada cidade balneária. Naquela noite, Orphea inaugurava seu primeiro festival de teatro, e o evento, de alcance nacional, atraíra um bom público. Desde o fim da tarde, os turistas e a população local haviam começado a se aglomerar na rua principal para participar das diversas festividades organizadas pela prefeitura. Os bairros residenciais ficaram tão vazios que lembravam uma cidade fantasma: não havia mais pessoas nas calçadas, casais nos portões, nem crianças andando de patins na rua, ninguém nos jardins. Todo mundo estava na rua principal. Por volta das oito horas da noite, no bairro completamente deserto de Penfield, o único sinal de vida era um carro que percorria lentamente as ruas abandonadas. Ao volante, um homem espreitava as calçadas com um fulgor de pânico no olhar. Nunca se sentira tão sozinho no mundo. Não havia ninguém para ajudá-lo. Não sabia o que fazer. Procurava desesperadamente sua mulher: ela saíra para correr e não voltara.

In O desaparecimento de Stephanie Mailer 

Um poema...


COMO CHAMAR UM GATO


Que há vários Gatos já aqui leste,
E agora o meu parecer é este
Não é preciso um tradutor
Pra entender o seu humor.
Já sabes muito e mais que uns pós: 
Os Gatos são iguais a nós
E a outros tantos e diferentes
De muitos tipos, muitas mentes.
Pois um é louco e outro é são
E outro é bom e outro não
E um melhor, e um perverso –
Mas qualquer gato cabe em verso.
Em jogo ou em trabalho os viste,
O nome próprio até ouviste
Seus hábitos, seu habitat:
O ponto:
Como chamar um Gato?

E não esquecer esta lição:
UM GATO NÃO É UM CÃO.
Um Cão não luta apenas finge;
Um Cão que ladra não atinge;
Contudo um Cão é, no geral,
Algo simplório e normal.
À excepção do Pequinês
E do canino rafeirês.
O Cão local de toda a parte
É um truão por sua arte,
Não tem orgulho, o Cão, nenhum,
E é tratado abaixo de um.
É fácil ser levado, o tonto –
Uns mimos sobre o queixo e pronto,
Um dá cá a patinha dá,
E pula e põe-se a rir, já está.
O lorpa a qualquer um se entrega,
Responde a deita, a senta, a pega.

É bom lembrá-lo, e isto é exacto:
Um Cão é um Cão – UM GATO É UM GATO.

Com Gatos, diz-se, a regra vale:
Não fales antes que te fale.
Eu não concordo co’o ditado –
Um Gato pode ser chamado.
Mas tem em vista uma verdade:
Que não lhe apraz intimidade.
Eu tiro-lhe o chapéu, cordato,
E chamo o Gato assim: Ó GATO!
Mas se ele for da porta ao lado
Um gato visto no passado
(Vem visitar-me ao meu recato)
Saúdo-o com um EI! UM GATO!
Ouvi chamar um James Buz-James –
Mas não o chames, não te queimes.
Um Gato só te chama amigo
E só te deixa estar consigo
Provando tu quão bem o tratas,
Se lhe mostrares um pires de natas;
E torta de Estrasburgo, até,
Não fica mal, caviar, paté
De Ganso, um bom salmão em pasta –
Tem gosto, bacalhau não basta.
(Conheço um com gosto velho,
À refeição só quer coelho
E, satisfeito, as patas cola
Só pelo molho da cebola.)
Um Gato leva muito a peito
E exige mostras de respeito.
E com o tempo chegas lá,
E pelo NOME ele vem cá.

É este o trato do contrato:
Assim, tal qual, SE CHAMA UM GATO.

T.S. Eliot, O Livro dos Gatos Práticos do Velho Gambá (tradução de Daniel Jonas) - o livro que esteve na origem do famoso musical Cats