terça-feira, 27 de junho de 2017

Feira do Livro 2017

A Biblioteca organizou a Feira do Livro anual, que teve lugar no Museu A LORD.

Além da abertura diária do espaço para a venda de livros, do programa constaram atividades variadas, sobretudo destinadas aos mais pequenos.

Diariamente, recebemos as escolas inscritas para a habitual Hora do Conto, dinamizada pela nossa equipa de animação.


A contadora de histórias Sónia Aguiar voltou ao convívio com os nossos pequenos ouvintes, os meninos da EB1 nº1 de Lordelo, deliciando-os com histórias apresentadas de forma criativa e apelativa.





Contar/ouvir histórias faz sempre o deleite das crianças. Por isso, também foi nossa convidada a Maria da Paz Braga, da Associação Obrigado Portugal, que apresentou o livro Aldeia da Esperança, baseado na experiência dos autores no Nepal, numa missão de ajuda a populações locais, por ocasião de um terramoto que destruiu aldeias e desalojou os seus habitantes. Uma história verídica e cheia de força que prendeu a atenção de todos os ouvintes, os alunos de 2 turmas do 1º ciclo da Escola Básica de Susão – Valongo.







Num encontro com os meninos de 3 turmas do 1º ciclo da EB1 nº 2 de Lordelo, Paulo Santos, apicultor e autor do livro “Cuscas no Castelo de Guimarães”, apresentou a história da abelhinha Cuscas que, num lindo dia, enquanto andava a apanhar pólen nas flores, descobriu um grupo de crianças a entrar no Castelo de Guimarães.

Muito curiosa e atrevida, resolveu entrar pela janela do castelo e ver tudo o que as crianças estavam a fazer lá dentro.

Este livro aborda a importância das abelhas na nossa vida. Ao mesmo tempo, as crianças descobrem a história do Castelo de Guimarães, através de uma abordagem lúdica e pedagógica.






João Manuel Ribeiro, escritor de reconhecido mérito na literatura infantojuvenil, visitou-nos, de novo, para apresentar alguns dos seus livros aos alunos do 5º e 6º ano do Agrupamento de Escolas de Lordelo. Com eles, estabeleceu um diálogo muito próximo e dinâmico.






A importância da educação musical ressalta da história Oskar e a família das cordas, narrada por uma das autoras, Sandrina Costa, aos meninos do pré-escolar da EB1 nº 1 de Lordelo. Esta história promove o hábito da leitura e o contacto com a música de uma forma lúdica e entusiasta.

As escolas inscritas nas sessões foram presenteadas com livros para as suas bibliotecas.





O público adulto teve oportunidade de assistir à apresentação dos livros Hoje, às sete da manhã, de Donzília Martins, e Nos braços do vagabundo, de Letícia Brito. 




Cumpriu-se, com muito entusiasmo e muito gosto, a tradicional realização da Feira do Livro.


quarta-feira, 14 de junho de 2017

Escritor do mês | junho

AFONSO CRUZ

(1971- )


Afonso Cruz é escritor, ilustrador, cineasta e músico da banda The Soaked Lamb. Nasceu em 1971, na Figueira da Foz, e frequentou, mais tarde, a Escola António Arroio, em Lisboa, e a Escola Superior de Belas Artes de Lisboa, assim como o Instituto Superior de Artes Plásticas da Madeira.

Publicou o primeiro romance em 2008, A carne de Deus: Aventuras de Conrado Fortes e Lola Benites, ao qual se seguiu, em 2009, Enciclopédia da estória universal, que foi distinguido com o Grande Prémio de Conto Camilo Castelo Branco. Em 2012, venceu o Prémio da União Europeia de Literatura com o livro A Boneca de Kokoschka. Outros galardões que já recebeu foram o Prémio Autores da Sociedade Portuguesa de Autores (SPA), em 2011 e 2014, e o Prémio Nacional de Ilustração, em 2014.

É também autor de Os livros que devoraram o meu pai, distinguido com o Prémio Literário Maria Rosa Colaço, e A contradição humana, com o qual venceu o Prémio Autores SPA/RTP. Em 2012, editou o romance Jesus Cristo bebia cerveja, que foi distinguido com Prémio Time Out - Livro do Ano e eleito Melhor Livro, segundo escolha dos leitores do diário Público. Em 2013, publicou Para onde vão os guarda-chuvas, com o qual recebeu o Prémio Autores/SPA na categoria Melhor Livro de Ficção (2014). Em 2016, o romance Flores venceu por unanimidade o Prémio Literário Fernando Namora.

Assina, desde fevereiro de 2013, uma crónica mensal no Jornal de Letras, Artes e Ideias sob o título Paralaxe.

 Obra
·        A Carne de Deus (2008)
·        Enci­clo­pé­dia da Estó­ria Uni­ver­sal (2009)
·        Os Livros que Devo­ra­ram o Meu Pai (2010)
·        A Boneca de Kokoschka (2010)
·        A Contradição Humana (2010)
·        O Pintor Debaixo do Lava-Loiças (2011)
·        Enci­clo­pé­dia da Estó­ria Uni­ver­sal - Recolha de Alexandria (2012)
·        Jesus Cristo Bebia Cerveja (22)
·        O Livro do Ano (2013)
·        Enciclopédia da Estória Universal - Arquivos de Dresner (2013)
·        O Cultivo de Flores de Plástico (2013)
·        Assim, Mas Sem Ser Assim (2013)
·        Para Onde Vão os Guarda-Chuvas (2013)
·        Os Pássaros (dos Poemas Voam Mais Alto) (2014)
·        Enciclopédia da Estória Universal - Mar (2014)
·        À Velocidade do Pensamento (2014)
·        Capital (2014)
·        Barafunda (em conjunto com Marta Bernardes) (2015)
·        Flores (2015)
·        Cruzada das Crianças - Vamos Mudar o Mundo (2015)
·        Enciclopédia da Estória Universal - As Reencarnações de Pitágoras (2015)
·        Vaga (2015)
·        Nem Todas As Baleias Voam (2016)
·        Enci­clo­pé­dia da Estó­ria Uni­ver­sal - Mil Anos de Esquecimento (2016)



Achei muito estranho que acedessem à minha petição — à petição que irei relatar de seguida —, sem qualquer inquérito por escrito. Não tenho números suficientes para descrever como me senti feliz com a decisão. Nesse dia, à noite, ao jantar, levantei-me e declarei:
            Gostava de ter um poeta. Podemos comprar um?
 A mãe não disse nada, limitou-se a levantar a louça, quatro pratos de sopa, quatro colheres de sopa e informar os comensais, eu e o pai e o meu irmão, de que a carne seria servida de seguida, dentro de trinta segundos. O pai acabou de mastigar um bocado de pão, cerca de 15 treze gramas, moveu os maxilares cinco vezes e inquiriu:
 Porque não um artista?
 A mãe disse:
 Nem pensar, fazem muita porcaria, a senhora 5638,2 tem um e despende três a quatro horas por dia a limpar a sujidade que ele faz com as tintas naqueles objetos brancos.
Telas.
 Isso.
 Muito bem, disse o pai, compramos um poeta. De que tamanho?
Afonso Cruz, Vamos Comprar Um Poeta, p. 15



sexta-feira, 9 de junho de 2017

O Leituras sugere...





...para junho 


Harry Potter e os Talismãs da Morte

 J. K. Rowling


J. K. Rowling é a autora da série bestseller Harry Potter, com sete livros publicados entre 1997 e 2007, que venderam mais de 450 milhões de exemplares em todo o mundo, em mais de 200 países, traduzidos para 74 línguas e que deram origem a oito grandes produções cinematográficas. 
É neste sétimo volume que Harry Potter irá travar a mais negra e perigosa batalha da sua vida. Dumbledore reservou-lhe uma missão quase impossível - encontrar e destruir os Horcruxes de Voldemort... Nunca, em toda a sua longa série de aventuras, o jovem feiticeiro mais famoso do mundo se sentiu tão só e perante um futuro tão sombrio. Chegou o momento do confronto final - Harry Potter e Lord Voldemort... nenhum pode viver enquanto o outro sobreviver... um dos dois está prestes a acabar para sempre... Os seus destinos estão misteriosamente entrelaçados, mas apenas um sobreviverá... 

Numa atmosfera apoteótica e vibrante, Rowling desvenda-nos, por fim, os segredos mais bem guardados do universo fantástico de Harry Potter e deixa-nos envoltos, talvez para sempre, na sua poderosa magia. Este sétimo volume tem sido considerado pelo público e pela crítica como o melhor de toda a série de Harry Potter.

Livro recomendado pelo Plano Nacional de Leitura
6º Ano de escolaridade

Um poema...

O teu riso

Tira-me o pão, se quiseres,
tira-me o ar, mas não
me tires o teu riso.

Não me tires a rosa,
a lança que desfolhas,
a água que de súbito
brota da tua alegria,
a repentina onda
de prata que em ti nasce.

A minha luta é dura e regresso
com os olhos cansados
às vezes por ver
que a terra não muda,
mas ao entrar teu riso
sobe ao céu a procurar-me
e abre-me todas
as portas da vida.

Meu amor, nos momentos
mais escuros solta
o teu riso e se de súbito
vires que o meu sangue mancha
as pedras da rua,
ri, porque o teu riso
será para as minhas mãos
como uma espada fresca.

À beira do mar, no outono,
teu riso deve erguer
sua cascata de espuma,
e na primavera, amor,
quero teu riso como
a flor que esperava,
a flor azul, a rosa
da minha pátria sonora.

Ri-te da noite,
do dia, da lua,
ri-te das ruas
tortas da ilha,
ri-te deste grosseiro
rapaz que te ama,
mas quando abro
os olhos e os fecho,
quando meus passos vão,
quando voltam meus passos,
nega-me o pão, o ar,
a luz, a primavera,
mas nunca o teu riso,
porque então morreria.

Pablo Neruda