segunda-feira, 12 de novembro de 2018

Um poema...

DE RAMO EM RAMO 

Não queiras transformar 
em nostalgia 
o que foi exaltação, 
em lixo o que foi cristal. 
A velhice, 
o primeiro sinal 
de doença da alma, 
às vezes contamina o corpo. 
Nenhum pássaro 
permite à morte dominar 
o azul do seu canto. 
Faz como eles: dança de ramo 
em ramo. 

Eugénio de Andrade, Ofício de Paciência

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