Apagou-se a fogueira.
Que frio na lareira
Do coração!
Neva
Na solidão
Da vida.
E o vento traz e leva
Um recado de eterna despedida.
Amor! Amor!
Sei ainda o teu nome redentor,
Chamo ainda por ti a cada hora!
Arde outra vez em mim
Como ardias outrora,
Os dias de ventura.
Não me deixes assim
Nesta algidez de morte prematura.
Miguel Torga, DIÁRIO XIII, Coimbra,
17 de Janeiro de 1978
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