Caricaturista, ilustrador, ceramista, autor de banda desenhada, editor, decorador e figurinista, considerado o maior artista plástico português do século XIX, Raphael Bordallo Pinheiro (na grafia original) nasceu a 21 de março de 1846, em Lisboa, e faleceu a 23 de janeiro de 1905, na mesma cidade.
Oriundo de uma família de artistas, teve uma formação escolar que passou pelo Liceu das Merceiras, onde se matriculou em 1857, no mesmo ano em que nasceu o irmão, Columbano Bordalo Pinheiro, que se viria a revelar um notável pintor.
Experimentou representação no Teatro Garrett, inscreveu-se no Conservatório em 1860 e, no ano seguinte, matriculou-se em Desenho de Arquitetura Civil na Academia de Belas Artes, onde também se inscreveu em Desenho Histórico.
Perante um percurso escolar perfeitamente irregular e marcado pela pouca assiduidade, em 1863 foi trabalhar como escriturário na Câmara dos Pares. Em paralelo, desenvolveu o gosto pela arte, como se verificou no Salão da Sociedade Promotora de Belas Artes, onde expôs regularmente aguarelas com motivos populares a partir de 1868.
Em 1869 realizou diversas capas de livros e cabeçalhos de jornais e preparou o álbum O Calcanhar d'Achilles [Aquiles], editado no ano seguinte.
Durante a Exposição Internacional de Madrid, de 1871, apresentou os seus trabalhos e, nesse mesmo ano, participou no Almanaque das Gargalhadas.
Em 1872 colaborou com Artes e Letras e foi editado o álbum Apontamentos de Raphael Bordallo Pinheiro sobre a Picaresca Viagem do Imperador do Rasilb pela Europa, que é a primeira banda desenhada portuguesa, que relata em 16 páginas a viagem do Imperador do Brasil D. Pedro II à Europa. Dado o grande sucesso deste álbum, foram feitas mais duas edições no mesmo ano e, deste modo, Bordalo foi um dos pioneiros da BD a nível mundial. Estes três álbuns foram reeditados em 1996 pela Bedeteca de Lisboa por ocasião dos 150 anos do nascimento do autor, realizando-se na ocasião uma exposição sobre as suas Histórias aos Quadradinhos, entre outras iniciativas.
A sua colaboração como ilustrador com a imprensa estrangeira fez-se notar particularmente em 1873, com El Mundo Comico e Ilustración Española y Americana (ambos de Madrid) e o The Illustrated London News (de Londres).
Ano também marcante na sua carreira foi o de 1875: criou o célebre Zé Povinho, que apareceu pela primeira vez nas páginas d'A Lanterna Mágica, periódico que se começou a publicar a 1 de maio, sob direção literária de Guerra Junqueiro e de Guilherme de Azevedo. Também em 1875, a convite do prestigiado jornal O Mosquito, partiu para o Brasil. Colaborou com esse periódico carioca entre 1875 e 1877 e, com o seu encerramento, fundou o Psit!!!, em 1877, que durou escassos meses, tendo criado de seguida O Besouro, publicado entre 1878 e 1879, o ano do seu regresso a Lisboa.
Em 1879 fundou um dos títulos mais representativos em que participou, o célebre O António Maria, com Guilherme de Azevedo, cuja I série se publicou entre 1879 e 1885.
Com o encerramento de O António Maria criou de seguida o Pontos nos II, que se publicou entre 1885 e 1991, reaparecendo uma II série de O António Maria, entre 1891 e 1898. O último jornal que dinamizou foi A Paródia, que contou com a colaboração literária de João Chagas, publicado de 1900 até 1906.
Retomando um hábito tido no Brasil, fez caricatura a partir de quadros célebres, como Zé Povinho na [Última] Ceia e Zé Povinho - Marquês de Pombal, ambos de 1882.
O Zé Povinho corresponde a uma imagem simbólica do povo, da massa anónima e submissa, plena de atualidade, que aparece nas mais variadas situações, desde os aumentos de impostos e das tarifas dos transportes, aos negócios mal explicados. De origem rural, sorriso afável, cabelo despenteado e usando chapéu braguês, o Zé vai manifestando o seu espanto umas vezes ou em outras mostra que percebe mais do que seria suposto.
Oriundo de uma família de artistas, teve uma formação escolar que passou pelo Liceu das Merceiras, onde se matriculou em 1857, no mesmo ano em que nasceu o irmão, Columbano Bordalo Pinheiro, que se viria a revelar um notável pintor.
Experimentou representação no Teatro Garrett, inscreveu-se no Conservatório em 1860 e, no ano seguinte, matriculou-se em Desenho de Arquitetura Civil na Academia de Belas Artes, onde também se inscreveu em Desenho Histórico.
Perante um percurso escolar perfeitamente irregular e marcado pela pouca assiduidade, em 1863 foi trabalhar como escriturário na Câmara dos Pares. Em paralelo, desenvolveu o gosto pela arte, como se verificou no Salão da Sociedade Promotora de Belas Artes, onde expôs regularmente aguarelas com motivos populares a partir de 1868.
Em 1869 realizou diversas capas de livros e cabeçalhos de jornais e preparou o álbum O Calcanhar d'Achilles [Aquiles], editado no ano seguinte.
Durante a Exposição Internacional de Madrid, de 1871, apresentou os seus trabalhos e, nesse mesmo ano, participou no Almanaque das Gargalhadas.
Em 1872 colaborou com Artes e Letras e foi editado o álbum Apontamentos de Raphael Bordallo Pinheiro sobre a Picaresca Viagem do Imperador do Rasilb pela Europa, que é a primeira banda desenhada portuguesa, que relata em 16 páginas a viagem do Imperador do Brasil D. Pedro II à Europa. Dado o grande sucesso deste álbum, foram feitas mais duas edições no mesmo ano e, deste modo, Bordalo foi um dos pioneiros da BD a nível mundial. Estes três álbuns foram reeditados em 1996 pela Bedeteca de Lisboa por ocasião dos 150 anos do nascimento do autor, realizando-se na ocasião uma exposição sobre as suas Histórias aos Quadradinhos, entre outras iniciativas.
A sua colaboração como ilustrador com a imprensa estrangeira fez-se notar particularmente em 1873, com El Mundo Comico e Ilustración Española y Americana (ambos de Madrid) e o The Illustrated London News (de Londres).
Ano também marcante na sua carreira foi o de 1875: criou o célebre Zé Povinho, que apareceu pela primeira vez nas páginas d'A Lanterna Mágica, periódico que se começou a publicar a 1 de maio, sob direção literária de Guerra Junqueiro e de Guilherme de Azevedo. Também em 1875, a convite do prestigiado jornal O Mosquito, partiu para o Brasil. Colaborou com esse periódico carioca entre 1875 e 1877 e, com o seu encerramento, fundou o Psit!!!, em 1877, que durou escassos meses, tendo criado de seguida O Besouro, publicado entre 1878 e 1879, o ano do seu regresso a Lisboa.
Em 1879 fundou um dos títulos mais representativos em que participou, o célebre O António Maria, com Guilherme de Azevedo, cuja I série se publicou entre 1879 e 1885.
Com o encerramento de O António Maria criou de seguida o Pontos nos II, que se publicou entre 1885 e 1991, reaparecendo uma II série de O António Maria, entre 1891 e 1898. O último jornal que dinamizou foi A Paródia, que contou com a colaboração literária de João Chagas, publicado de 1900 até 1906.
Retomando um hábito tido no Brasil, fez caricatura a partir de quadros célebres, como Zé Povinho na [Última] Ceia e Zé Povinho - Marquês de Pombal, ambos de 1882.
O Zé Povinho corresponde a uma imagem simbólica do povo, da massa anónima e submissa, plena de atualidade, que aparece nas mais variadas situações, desde os aumentos de impostos e das tarifas dos transportes, aos negócios mal explicados. De origem rural, sorriso afável, cabelo despenteado e usando chapéu braguês, o Zé vai manifestando o seu espanto umas vezes ou em outras mostra que percebe mais do que seria suposto.
Com a colaboração de Ramalho Ortigão lançou o Álbum das Glórias em 1880 e, no ano seguinte, O António Maria estreou-se como revista teatral.
Para além dos periódicos que fundou e dinamizou com caricaturas e ilustrações, colaborou simultaneamente em muitos outros com BD, como aconteceu com as edições de O Comércio do Porto Ilustrado, no qual participou entre 1892 e 1904 com 10 histórias de BD que tiveram a particularidade de ser a cores, reeditadas em 1996 por Carlos Bandeiras Pinheiro. Uma outra BD importante, O Lazareto de Lisboa, surgida em 1881, também foi reeditada, em 2003, pela Frenesi.
Em 1884 começou a laborar a fábrica de Cerâmica das Caldas da Rainha. De entre as peças fabricadas, destaque para as pequenas figuras de carácter popular e caricatural, como o célebre Zé Povinho, a Ana das Caldas, o Arola ou as versões do John Bull (como penico e escarrador), personagem que surgiu como resposta ao Ultimato Britânico de 1890, sem esquecer as peças de grandes dimensões, como a Talha Manuelina e a Jarra Beethoven.
Prova do seu empenho na fábrica, viajou com o irmão Feliciano em 1888 visitando fábricas em França, Bélgica e Inglaterra, para conhecer técnicas de produção de cerâmica.
Em 1889 decorou o Pavilhão de Portugal na Exposição Universal de Paris, onde as suas cerâmicas foram acolhidas com êxito, tendo sido agraciado com o grau de cavaleiro da Legião de Honra da República Francesa.
Em 1889 decorou o Pavilhão de Portugal na Exposição Universal de Paris, onde as suas cerâmicas foram acolhidas com êxito, tendo sido agraciado com o grau de cavaleiro da Legião de Honra da República Francesa.
Outras atividades em que se destacou foram a realização de figurinos para peças teatrais, como as que fez para Eduardo Schwalbach a partir de 1897, como O Reino da Bolha, ou a baixela manuelina que desenhou para o visconde de São João da Pesqueira, em 1904.
Implacável com a classe política do país, ninguém foi poupado à pena cáustica de Bordalo, como Hintze Ribeiro, José Luciano de Castro, Mouzinho de Albuquerque, o duque d'Ávila, o conde de Burnay, D. Luís, D. Carlos ou, em particular, António Maria Fontes Pereira de Melo.
A cidade de Lisboa tem-lhe prestado diversas homenagens, como a atribuição do seu nome ao largo onde morou, próximo do Chiado, a criação em 1989 do Prémio Municipal "Rafael Bordalo Pinheiro" de Banda Desenhada, Caricatura e Cartoon e, desde 1915, o Museu Rafael Bordalo Pinheiro, no Campo Grande, tutelado pela edilidade desde 1924, que resultou da doação (do edifício e do recheio) por um grande admirador do autor, Cruz Magalhães, que embora nunca o tenha conhecido organizou metodicamente um espólio sem igual sobre o autor. A Casa da Imprensa atribui desde 1990 os Prémios "Bordalo", criados em 1962 com outro nome, que distingue personalidades em várias áreas.
Em 2005, por ocasião do Centenário da sua morte, realizaram-se diversas iniciativas, com exposições (nomeadamente em Lisboa e no Porto), as edições da Fotobiografia organizada por João Paulo Cotim (Assírio & Alvim), do Álbum das Glórias (Expresso) e o catálogo A Rolha - Bordalo (Hemeroteca Municipal de Lisboa).
Nas Caldas da Rainha existe uma Casa Museu Rafael Bordalo Pinheiro e uma Escola Secundária tem Rafael Bordalo Pinheiro como patrono.
Implacável com a classe política do país, ninguém foi poupado à pena cáustica de Bordalo, como Hintze Ribeiro, José Luciano de Castro, Mouzinho de Albuquerque, o duque d'Ávila, o conde de Burnay, D. Luís, D. Carlos ou, em particular, António Maria Fontes Pereira de Melo.
A cidade de Lisboa tem-lhe prestado diversas homenagens, como a atribuição do seu nome ao largo onde morou, próximo do Chiado, a criação em 1989 do Prémio Municipal "Rafael Bordalo Pinheiro" de Banda Desenhada, Caricatura e Cartoon e, desde 1915, o Museu Rafael Bordalo Pinheiro, no Campo Grande, tutelado pela edilidade desde 1924, que resultou da doação (do edifício e do recheio) por um grande admirador do autor, Cruz Magalhães, que embora nunca o tenha conhecido organizou metodicamente um espólio sem igual sobre o autor. A Casa da Imprensa atribui desde 1990 os Prémios "Bordalo", criados em 1962 com outro nome, que distingue personalidades em várias áreas.
Em 2005, por ocasião do Centenário da sua morte, realizaram-se diversas iniciativas, com exposições (nomeadamente em Lisboa e no Porto), as edições da Fotobiografia organizada por João Paulo Cotim (Assírio & Alvim), do Álbum das Glórias (Expresso) e o catálogo A Rolha - Bordalo (Hemeroteca Municipal de Lisboa).
Nas Caldas da Rainha existe uma Casa Museu Rafael Bordalo Pinheiro e uma Escola Secundária tem Rafael Bordalo Pinheiro como patrono.
Rafael Bordalo Pinheiro. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2013. [Consult. 2013-03-21].
Disponível em http://www.infopedia.pt/$rafael-bordalo-pinheiro
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