sexta-feira, 20 de abril de 2012

Escritor do Mês | Abril 2012

Tomas Tranströmer, Prémio Nobel da Literatura de 2011, escreve sobre a morte, a história, a memória e é conhecido pelas suas metáforas. O maior poeta sueco vivo tem uma produção pequena, "não é prolixo", disse no final do anúncio o secretário da Academia, o historiador Peter Englund, embora esteja traduzido em várias línguas. Em Portugal, Tranströmer tem poemas publicados em duas antologias, uma delas chama-se "21 poetas suecos" (Vega,1987).

Tomas Tranströmer, 80 anos, psicólogo de formação, sofreu um AVC em 1990. Por isso perdeu as faculdades motoras e não consegue falar. Vive numa ilha e depois de ter ficado doente publicou três obras.


Sobre a obra de Tranströmer, o poeta e tradutor Vasco Graça Moura sublinhou “a grande força de utilização das imagens, com uma faceta um pouco surrealista”e “a grande força lírica e preocupação social” da sua poesia. Vasco Graça Moura traduziu vários poemas de Tranströmer, entre eles, um sobre Lisboa, “Alfama”, que se encontra na obra "21 poetas suecos".

É um poeta com "uma lírica e um imaginário originalíssimos, que em alguns pormenores, o aproxima dos surrealistas. A sua obra, iniciada em meados dos anos 50, parece ter raízes na poesia Modernista e Expressionista / Surrealista. É bem visível como, ao longo de décadas, ele tem vindo a apurar a linguagem poética com uma genialidade com que poucos são dotados". Em Tranströmer, os poemas "parecem suportados por uma estranha justaposição de forças primevas e contrárias; movimento e mudança, liberdade e controlo do discurso, natureza e influência humana, tudo isto faz parte das suas paisagens poéticas, que se localizam por vezes mais perto do pesadelo do que do sonho.

Mas, talvez, seja a luta entre a terra e o mar um dos seus temas preferidos, particularmente nos poemas que se referem ao Báltico ou às suas ilhas – e são muitos –, à lembrança dos lugares dos Verões da infância, numa tentativa nostálgica de reconstrução da memória.

Nos poemas de Tranströmer, as imagens poéticas abrem, por vezes, portas para estados psicológicos e para interpretações metafísicas, havendo uma espécie de 'ideia religiosa' que aflora em alguns versos.” (José Riço Direitinho,2011)

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