Gonçalo Cadilhe
(1968/…)
«Não sei, digo sempre quando me
perguntam como nasceu em mim o gosto pela viagem. Talvez pela infância na Figueira
da Foz, uma cidade de horizontes abertos. Talvez pelos escuteiros, que deram
alternativa melhor ao conforto do lar. Talvez pelo surf, que me abriu a uma
nova dimensão do espaço, amniótico, infinito. Talvez pela primeira viagem, que
obrigou a sonhar com a segunda. Não sei, digo sempre quando me perguntam.
E acrescento: não é uma pergunta.
O que merecia ser perguntado é, a quem não gosta de viajar: como é que não
nasceu em si o gosto pela viagem? Quem não gosta de viajar? Viajar é alegria, é
plenitude. E como todas as coisas boas da vida, essa alegria, essa plenitude, merecem
ser partilhadas.
Nesse sentido, cada reportagem
que assino, cada livro que escrevo, cada documentário que realizo, toda a minha
actividade profissional é sentida como uma partilha.»
Gonçalo Cadilhe
Gonçalo Cadilhe nasceu na Figueira
da Foz em 1968, cidade onde cresceu e que mantém como residência. Licenciou-se
em Gestão de Empresas na Universidade Católica do Porto, em setembro de 1992,
fazendo parte da primeira "fornada" de licenciados deste curso.
Durante os anos da Universidade frequentou também a Escola de Jazz do Porto.
Depois de uma breve passagem pelo mundo da Gestão de Empresas, em abril de 1993
começou a viajar e a escrever sobre viagens de forma profissional. Tem vários livros
publicados e assinou três documentários de viagens para a RTP2. Organiza e
acompanha mini-tours pelo globo em colaboração com a agência PLV.
Gonçalo Cadilhe publicou a sua
primeira reportagem de viagens, dedicada ao México, no número de fevereiro de
1992 da extinta revista Grande Reportagem, dirigida por Miguel Sousa Tavares.
Nos primeiros anos da sua carreira de viajante profissional, para complementar financeiramente as receitas das esporádicas colaborações em algumas revistas portuguesas, extremamente mal pagas como seria de esperar, exerceu também as seguintes atividades: músico da banda de Claudia Pastorino no night-club "Sapore di Mare", Rapallo, Riviera Italiana (primavera-verão 93); vindimador no Médoc (Chateau Lynch-Bages) e em Savternes (Chateau Suduiraui) (outono 93); operário não qualificado no estaleiro de iates Saint-Germain, em Lavagna, Itália (inverno 94); responsável pelas reservas hoteleiras na estância de ski de Madonna de Campíglio, Alpes Dolomites, (inverno 94-95); empregado de mesa no famoso restaurante "Puny', em Portofino, Itália (primavera-verão 95).
A partir de 1996 dedica-se
exclusivamente ao jornalismo de viagens. Ao longo destes anos colaborou, para
além da já referida "Grande Reportagem", com o
"Independente", com a "Elle", com a "Epicur', com o
"Blitz", com o "Expresso" e com o programa da manhã da
Antena 1. Escreveu crónicas regulares no suplemento da Visão "Vida e
Viagens" e na "Surf Portugal”.
BIBLIOGRAFIA
A Felicidade no Fim do Mundo
(2022); Sinal de GPS Perdido (2021); Por Este Reino Acima (2020);
O Esplendor do Mundo (2017); Nos passos de Santo António : uma viagem
medieval (2016); O mundo é fácil : aprenda a viajar com Gonçalo Cadilhe
(2015); Um dia na Terra : fotografias do quotidiano do planeta (2014); Passagem
para o horizonte (2014); Um lugar dentro de nós (2012); Caderno
do Viajante (2011); Encontros Marcados (2011); O Mundo é Fácil
(2010); Um km de Cada Vez (2009); Tournée (2008); Nos Passos
de Magalhães (2008); África Acima (2007); A Lua Pode Esperar
(2006); No princípio estava o mar: surf, viagens e outras inquietudes
(2005); Planisfério Pessoal (2005).
Nasci e cresci na figueira da Foz, onde ainda hoje vivo com a minha mulher e o meu filho. Dito desta maneira, parece que nunca saí da minha cidade. Não é verdade, mas mesmo que fosse, bastavam algumas das reflexões que deixo neste livro para que me sentisse plenamente feliz com as viagens que nunca fiz.
In "Um Lugar Dentro de Nós" (julho 2012)
In “Passagem para o Horizonte” (julho
2014)

