quinta-feira, 2 de fevereiro de 2023

O escritor do mês | fevereiro

Pablo Neruda
(1904/1973)


Ainda te Necessito

"Ainda não estou preparado para perder-te

Não estou preparado para que me deixes só.

Ainda não estou preparado pra crescer

e aceitar que é natural,

para reconhecer que tudo

tem um princípio e tem um final.

Ainda não estou preparado para não te ter

e apenas te recordar

Ainda não estou preparado para não poder te olhar

ou não poder te falar.

Não estou preparado para que não me abraces

e para não poder te abraçar.

Ainda te necessito.

E ainda não estou preparado para caminhar

por este mundo perguntando-me: Por quê?

Não estou preparado hoje nem nunca o estarei.

Ainda te Necessito."

Pablo Neruda (Tradução Lustato Tenterrara)

PABLO NERUDA – pseudónimo de Neftalí Ricardo Reyes Basoalto - nasceu a 12 de julho de 1904 em Parral, no Chile.

Considerado um dos mais importantes poetas do século XX, o pseudónimo foi escolhido para homenagear o poeta checo Jan Neruda. A sua obra lírica é plena de emoção e marcada por acentuado humanismo. Em 1923 estreia-se nas letras com a publicação do livro de poemas Crepusculário, já assinado como Pablo Neruda, nome que passou a usar legalmente em 1946.

Alternou a vida literária com a carreira diplomática, tendo sido embaixador do Chile em França no momento do golpe de Estado que depôs o presidente Salvador Allende. De volta ao Chile, sofreu perseguições políticas, tendo falecido pouco depois, em 1973.

PRÉMIOS: Prémio Nacional de Literatura (1945); Prémio Nobel de Literatura (1971) e Prémio Lenine da Paz. Destacou-se ainda pelos seus pensamentos.

Parte da sua vida e obra foi passada ao cinema no filme intitulado: O Carteiro de Pablo Neruda

OBRA

A canção da festa (1921), Crepusculário (1923), Vinte poemas de amor e uma canção desesperada (1924), Tentativa do homem infinito (1925), Residência na terra [vol. I, 1931; vol.II, 1935; vol.III,1939, que inclui Espanha no coração (1936-1937)], Ode a Stalingrado (1942), Terceira residência (1947), Canto geral (1950), Odes elementares (1954), Navegações e retornos (1959), Canção de gesta (1960), Ensaios (Memorial da ilha negra, 1964) e a peça teatral Esplendor e morte de Joaquín Murieta (1967).

Em 1974, foi publicado o volume autobiográfico Confesso que vivi, em 1998, Antologia de Pablo Neruda e em 2011, Cartas de amor – cartas de Pablo Neruda a Matilde Urrutia 1959-1973.


Pensamentos

É Proibido
É proibido chorar sem aprender,
Levantar-se um dia sem saber o que fazer
Ter medo das suas lembranças.
É proibido não rir dos problemas
Não lutar pelo que se quer,
Abandonar tudo pelo medo.




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