Ainda te Necessito
"Ainda não estou preparado para perder-te
Não estou preparado para que me
deixes só.
Ainda não estou preparado pra
crescer
e aceitar que é natural,
para reconhecer que tudo
tem um princípio e tem um final.
Ainda não estou preparado para
não te ter
e apenas te recordar
Ainda não estou preparado para
não poder te olhar
ou não poder te falar.
Não estou preparado para que não
me abraces
e para não poder te abraçar.
Ainda te necessito.
E ainda não estou preparado para
caminhar
por este mundo perguntando-me:
Por quê?
Não estou preparado hoje nem
nunca o estarei.
Ainda te Necessito."
Pablo Neruda (Tradução Lustato Tenterrara)
PABLO NERUDA – pseudónimo de Neftalí Ricardo Reyes Basoalto - nasceu a 12 de julho de 1904 em Parral, no Chile.
Considerado um dos mais importantes
poetas do século XX, o pseudónimo foi escolhido para homenagear o poeta checo
Jan Neruda. A sua obra lírica é plena de emoção e marcada por acentuado
humanismo. Em 1923 estreia-se nas letras com a publicação do livro de poemas Crepusculário,
já assinado como Pablo Neruda, nome que passou a usar legalmente em 1946.
Alternou a vida literária com a
carreira diplomática, tendo sido embaixador do Chile em França no momento do
golpe de Estado que depôs o presidente Salvador Allende. De volta ao Chile,
sofreu perseguições políticas, tendo falecido pouco depois, em 1973.
PRÉMIOS: Prémio Nacional de
Literatura (1945); Prémio Nobel de Literatura (1971) e Prémio Lenine da Paz. Destacou-se
ainda pelos seus pensamentos.
Parte da sua vida e obra foi
passada ao cinema no filme intitulado: O Carteiro de Pablo Neruda
OBRA
A canção da festa (1921), Crepusculário (1923), Vinte poemas de amor e uma canção desesperada (1924), Tentativa do homem infinito (1925), Residência na terra [vol. I, 1931; vol.II, 1935; vol.III,1939, que inclui Espanha no coração (1936-1937)], Ode a Stalingrado (1942), Terceira residência (1947), Canto geral (1950), Odes elementares (1954), Navegações e retornos (1959), Canção de gesta (1960), Ensaios (Memorial da ilha negra, 1964) e a peça teatral Esplendor e morte de Joaquín Murieta (1967).
Em
1974, foi publicado o volume autobiográfico Confesso que vivi, em 1998, Antologia
de Pablo Neruda e em 2011, Cartas de amor – cartas de Pablo Neruda a
Matilde Urrutia 1959-1973.
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