segunda-feira, 16 de outubro de 2023

Dia Mundial da Alimentação 2023 | 16 de outubro



Neste Dia Mundial da Alimentação, celebrado a 16 de outubro, as Nações Unidas destacam que a meta global de erradicar a fome ainda é alcançável. Atualmente, a ONU estima que cerca de 780 milhões de pessoas passam fome em todo o mundo. 
O secretário-geral, António Guterres, faz um apelo aos governos, ao setor privado, à sociedade civil e ao mundo académico para que atuem em conjunto priorizando a alimentação dos que mais sofrem com a falta de comida.

Água é vida, água é alimento. 
Não deixe ninguém para trás. 

A água é essencial para a vida na Terra. Cobre a maior parte da superfície da Terra, constitui mais de 50% do nosso corpo, produz os nossos alimentos e sustenta os meios de subsistência.  

Mas este recurso precioso não é infinito e precisamos de parar de considerá-lo um dado adquirido. O que comemos e como esse alimento é produzido afetam a água. 

Juntos, podemos agir em prol da água para a alimentação e ser a mudança. 

Dia Mundial da Alimentação 2023


segunda-feira, 9 de outubro de 2023

O Leituras sugere...

 



...para outubro


A minha primeira República

José Jorge Letria


No dia 5 de outubro de 1910, Portugal deixou de ser uma monarquia para se transformar em república, uma das poucas então existentes na Europa e no resto do mundo. Neste livro, José Jorge Letria relata os acontecimentos ocorridos nesse dia e nos que se lhe seguiram. Foi um tempo de agitação, de esperança e de conflito, que mudou para sempre a História do nosso país. 

A personagem central desta narrativa é um rapaz de Lisboa, cujo pai esteve entre os civis e os militares que, na Rotunda, onde hoje se encontra a estátua do Marquês de Pombal, garantiram o triunfo dos revoltosos e do projecto republicano. 

As ilustrações de Afonso Cruz dão à narrativa o tempero e a força das imagens vivas e coloridas.

Escrito a pensar nos mais novos, este livro, imaginado e feito de olhos postos na memória e na história de Portugal, pode ser lido por públicos de todas as idades. 

Revisitar esse tempo e essa memória é reencontrar um país que viveu um tempo único e intenso de transformação e mudança e conhecer um pouco mais de perto as pessoas que tinham um sonho e um ideal para cumprir.



Plano Nacional de Leitura


Livro recomendado para apoio a projetos relacionados com História de Portugal nos 3º, 4º, 5º e 6º anos de escolaridade.

Este livro está disponível na Biblioteca para empréstimo.

terça-feira, 3 de outubro de 2023

Escritor do mês | outubro

 Natália Correia

(1923-1993)

Centenário do seu nascimento

AUTO-RETRATO 
 
Espáduas brancas palpitantes:
asas no exílio dum corpo.
Os braços calhas cintilantes
para o comboio da alma.
E os olhos emigrantes
no navio da pálpebra
encalhado em renúncia ou cobardia.
Por vezes fêmea. Por vezes monja.
Conforme a noite. Conforme o dia.
Molusco. Esponja
embebida num filtro de magia.
Aranha de ouro
presa na teia dos seus ardis.
E aos pés um coração de louça
quebrado em jogos infantis.
 
Natália Correia

Natália Correia (1923 - 1993), mulher de paixões, casou quatro vezes ao longo dos seus 70 anos. Fez televisão, foi jornalista, dramaturga, poetisa e estreou-se na ficção com o romance infantil «Aventuras de um Pequeno Herói», em 1945.

Nasceu nos Açores em 1923 e aos 11 anos desloca-se para Lisboa. Foi jornalista no Rádio Clube Português e colaborou no jornal Sol. Ativista política: apoiou a candidatura de Humberto Delgado; assumiu publicamente divergências com o Estado Novo e foi condenada a prisão com pena suspensa em 1966, pela «Antologia da Poesia Portuguesa Erótica e Satírica».

Deputada após o 25 de Abril, fez programas de televisão destacando-se o “Mátria” que apresentava o lado matriarcal da sociedade portuguesa.
Fundou o bar “Botequim”, onde cantou durante muitos anos, transformando-o no ponto de reunião da elite intelectual e política nas décadas de 1970 e 80. 
Organizou várias antologias de poesia portuguesa como “Cantares dos Trovadores Galego-Portugueses” ou “Antologia da Poesia do Período Barroco”.

Natália Correia foi uma versejadora de êxito, uma mulher carismática com uma vida social intensa, não fez concessões à mediania e notabilizou-se por uma vasta obra intelectual.

BIBLIOGRAFIA

Poesia: a sua poesia encontra-se reunida em O Sol nas Noites e o Luar nos Dias,1993 e Antologia Poética, 2013

Escreveu ainda romances, contos, ensaios, teatro e um diário.


De Amor nada Mais Resta que um Outubro

De amor nada mais resta que um Outubro 
e quanto mais amada mais desisto: 
quanto mais tu me despes mais me cubro 
e quanto mais me escondo mais me avisto. 

E sei que mais te enleio e te deslumbro 
porque se mais me ofusco mais existo. 
Por dentro me ilumino, sol oculto, 
por fora te ajoelho, corpo místico. 

Não me acordes. Estou morta na quermesse 
dos teus beijos. Etérea, a minha espécie 
nem teus zelos amantes a demovem. 

Mas quanto mais em nuvem me desfaço 
mais de terra e de fogo é o abraço 
com que na carne queres reter-me jovem. 

Natália Correia, in “Poesia Completa”