sexta-feira, 8 de fevereiro de 2019

Um poema...


ROSTOS DA MINHA INFÂNCIA

Rostos da minha infância, 
crianças sem asas, sujas 
de fome, com ferrugem 
nos antebraços e fuligem 
nas mãos. Gentis como cães 
vadios, epifanias breves 
em redondilha menor, 
açúcar no fim da cevada. 
Hoje anoitece com desmesura. 
E, no entanto, a luz.

José Rui Teixeira, Autópsia [poesia reunida]







Sem comentários:

Enviar um comentário