quinta-feira, 25 de outubro de 2018


Amadeo de Souza Cardoso
(1887/1918)
Centenário da morte


Amadeo de Souza Cardoso nasceu a 14 de novembro de 1887 em Manhufe, freguesia de Mancelos, no concelho de Amarante, no seio de uma família burguesa rural. Fez estudos liceais em Amarante e frequentou a Academia de Belas Artes de Lisboa em 1905, tentando seguir o curso de Arquitetura que interrompeu para partir para Paris, em 1906, com 19 anos, instalando-se, então, em Montparnasse.

Frequentou ateliers preparatórios para o concurso de admissão às Beaux-Arts parisienses, ainda, com destino a Arquitetura, vindo, no entanto, a dedicar--se exclusivamente à Pintura, tendo frequentado a Academia Viti do pintor espanhol Anglada Camarasa. Nesta primeira época realizou várias caricaturas e algumas pinturas marcadas por aspetos naturalistas e impressionistas.

Em 1910 fez uma estadia de alguns meses em Bruxelas e em 1911 expôs trabalhos no Salon des Indépendants, em Paris, havendo-se aproximado progressivamente das vanguardas e de artistas como Modigliani, Brancusi, Archipenko, Juan Gris, Robert e Sonia Delaunay.

Em 1912 publicou o álbum XX Dessins e expôs no Salon des Indépendants e no Salon d’Automne. Em 1913 tomou parte, com oito trabalhos, nos Estados Unidos da América, no Armory Show, aí restando algumas das obras expostas, hoje patentes ao público nos museus americanos. Nesse ano participou ainda no Herbstsalon da Galeria Der Sturm, em Berlim. Em 1914 encontrou-se em Barcelona com Gaudi, partiu para Madrid onde é surpreendido pela guerra. Regressou a Portugal, instalando-se em Manhufe e casou no Porto com Lucia Pecetto que conhecera em Paris, já em 1908.

Pintou com grande constância, refez algumas obras no seu atelier da Casa do Ribeiro, cultivou a amizade com Eduardo Viana, Almada Negreiros e os Delaunay (que então se instalaram em Vila do Conde). Em 1916 expôs no Porto 114 obras como título Abstracionismo que serão também expostas em Lisboa, num e noutro caso com novidade e algum escândalo.

Em 25 de outubro de 1918 Amadeo morreu prematuramente em Espinho, vítima da "pneumónica" que então grassava em Portugal.

De aprendiz de desenho a mestre do modernismo, Amadeo de Souza-Cardoso é considerado a primeira referência e a mais representativa da pintura moderna do século XX em Portugal. Não tão aclamado como Almada Negreiros ou José Malhoa, Amadeo de Souza-Cardoso é um dos rostos mais versáteis da pintura portuguesa. Com a sua obra a ganhar contornos mais vincados no início do século XX, foi inevitável a influência modernista que bebeu e que incluiu no seu trabalho.


Clown/Cavalo/Salamandra

Tristezas, Cabeça. Pintura de Amadeo de Souza-Cardoso

Canção popular e o pássaro do Brasil, 1916

Parto da viola
Óleo sobre madeira

Sem comentários:

Enviar um comentário