segunda-feira, 18 de junho de 2018

Escritor do mês | junho

HELENA SACADURA CABRAL
(1934/)


Tempo meu

Há um tempo que passa
a correr
Outro que jamais vê rolar as folhas
do calendário
Dentro de mim ambos convivem
Num, sou velha, a correr
No outro, a eterna jovem
que espera
Contigo posso ser
simultaneamente uma e outra
Porque tu sabes quem
verdadeiramente sou.

Helena Sacadura Cabral


Helena Sacadura Cabral é licenciada em Economia, tendo obtido o prémio para o melhor aluno do Instituto Superior de ciências Económicas e Financeiras. Desempenhou vários lugares de chefia na Administração Pública, tendo sido a primeira mulher a ser admitida nos quadros técnicos do Banco de Portugal. Além de colunista de diversos jornais e revistas, mantém colaboração regular em televisão. Autora de duas dezenas de livros, concilia ainda a participação ativa com a atualização dos seus blogues.

Bibliografia

Uma Certa Forma de Vida (2018); Conversas com Maria (2017); Vida e Alma (2017); Gosto de gostar (2016); As nove magníficas - o fascínio do poder (2016);  Memórias de uma vida consentida (2016) E Nada o Vento levou (2014); Bocados de Nós (2014); Caminhos do Coração (2014); O que aprendi com a minha mãe (2014); Vida e Alma (2013); O amor é difícil (2013); Nós de amor (2013); O tempo e os afectos (2012); Aquilo em que eu acredito (2012); Os nove magníficos: homens que exerceram o poder (2012); Coma comigo: fácil, bom & barato (2011); Caminhos do coração (2011); Receituário: o prazer de cozinhar (2010); Mulheres que amaram demais (2010); Um certo sorriso (2001); Coisas que eu sei... ou julgo saber (2010); Dieta (à minha maneira) (2004).



A nossa maior obrigação é sermos felizes. Precisamos do amor dos outros, mas antes temos que nos amar a nós próprios.

O amor é difícil porque ninguém ama sem projectar no outro uma parte de si mesmo. Como num espelho, o que cada um busca no ser amado é um reflexo da sua imagem.


A esperança é a única qualidade que, a par da fé – não apenas a religiosa –, nos mantém fortes face às agruras da vida. Sem ela não há sonhos, não há projectos nem perspectivas. O mesmo será dizer que sem esperança não há futuro e as qualidades pessoais acabam por não ser integralmente aproveitadas.


Amar é difícil. Todos sabemos. (…) as pessoas só amam como sabem e não como nós desejamos.

(…) não vivia do passado, mas acreditava que o futuro não se constrói sem as lições que dele tiramos. Ninguém pode, num passo de mágica, pretender eliminar uma parte da sua vida, por mais desagradável que ela possa ter sido. E até julgava que era bom que assim fosse. Porque aquilo que já vivemos – bom ou mau – faz parte do que somos. Pode estar muito arrumadinho num canto escondido da nossa memória. Pode, até, só raramente vir à lembrança. Mas está lá. E acabará por surgir sempre que vivenciarmos algo semelhante. Ou sempre que a sua revelação nos habilite a compreendermos melhor o mundo que nos rodeia.

"O Amor é Difícil" | Helena Sacadura Cabral - excertos 



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